Se uma construção de cimento e tijolos é capaz de perder a vitalidade com o passar dos anos, imagine os livros. As obras mais antigas, e por isso mesmo raras, até pouco tempo no Brasil eram guardadas a sete chaves – o contato humano poderia destruir o pouco que restou do livro.

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Mas essa realidade tem mudado desde que se começou a trabalhar com o conceito de preservação e restauração. O trabalho nesta área é caro e demorado, por isso ainda são poucos os lugares públicos que oferecem esse tipo de serviço no país (em Curitiba, o restauro de livros só é feito por empresas privadas). Na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, por outro lado, o setor de Obras Raras conseguiu colocar livros escritos em 1514 à disposição dos leitores e pesquisadores, e ainda faz fac-símiles de alguns livros – a reprodução é vendida a cerca de R$ 20.

Encadernar as peças com capa dura, fazer mutirões de limpeza na área de acervos e remendar ou enxertar folhas são algumas etapas da reparação. Já as peças mais deterioradas e históricas costumam ser restauradas. "O tratamento pode chegar a interferir no interior das fibras de papel que formam o seu suporte original", explica o coordenador de preservação da Biblioteca Nacional, Jayme Spinelli. Para este trabalho, a obra é fotografada e diagnosticada antes de receber o tratamento. Há, inclusive, testes prévios de solubilidade de tintas utilizadas em obras, a reconstituição dos suportes originais e a confecção dos acondicionamentos necessários para cada caso.

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