Cerca de 1,2 mil moradores do bairro Cidade Nova, em Campo Mourão, Região Centro-Oeste do estado, começaram ontem a recolher assinaturas contra a implantação de um cemitério particular no bairro. A maioria deles afirma consumir água de um poço artesiano, distante cerca de 600 metros do local onde deve ser construído o cemitério. Eles alegam que substâncias resultantes da decomposição dos corpos podem atingir o lençol freático e contaminar a água do poço. "Pode ser que demore, mas uma hora esse liquido vai chegar até o lençol e contaminar a água distribuída no bairro", afirma o recepcionista Amarildo Aparecido Devides.
"Por mais que a empresa afirme que terá um sistema especial de tratamento desse líquido, a terra vai acabar absorvendo e o levando até o lençol freático", acredita o presidente da Associação de Moradores, Paulo José dos Santos. Segundo ele, alguns moradores do bairro já estão querendo se mudar. "Alguns já me falaram que, caso o cemitério seja implantado no bairro, vão vender a propriedade". Além da preocupação com a água, algumas pessoas não gostam da idéia de conviver com um cemitério ao lado de casa. "Não é medo, mas aqui não quero cemitério nem morto", ironiza um dos vizinhos do local, José Jair da Silveira.
Segundo o sócio proprietário da Prever Sistema de Serviços Funerários, Reginaldo Czezacki, existem na cidade três áreas que estão passando por estudos rigorosos para a implantação do cemitério vertical. "Nada será feito fora das normas ambientais, da nova legislação ou ainda que prejudique a população", garante.