Brasília A CPI do Apagão Aéreo pôs o PSDB e o Democratas (antigo PFL) em pé de guerra. Enquanto o DEM defende a criação de uma comissão de inquérito sobre o assunto no Senado os tucanos acusam os democratas de tentar "roubar" a CPI, que nasceu pelo PSDB na Câmara. O governo trabalha para que a CPI seja instalada na Câmara, onde tem maioria folgada e, portanto, com maiores chances de controlar as investigações. A tensão entre os oposicionistas na Câmara cresceu ontem depois de a iniciativa do líder do governo, deputado José Múcio Monteiro (PTB- PE), convidar os líderes do DEM e do PSDB para um jantar.
Em um primeiro momento, o líder tucano, Antônio Carlos Pannunzio (SP), confirmou presença no encontro. Mas, depois voltou atrás e desistiu de ir. "O jantar deu oportunidade para que fossem lançadas maldades contra o PSDB. Já estavam dizendo que o PSDB estaria acertando receber mais recursos para seus governadores do PAC em troca da CPI", disse Pannuzio. Além dele, deveria ir o líder da minoria, Júlio Redecker (RS), que também desistiu de participar da reunião.
Mas os Democratas manteveram o compromisso. "Não temos motivos para não ir. Todos sabem que não vamos negociar CPI. Temos uma posição firme e a obrigação da oposição é conversar com o governo", afirmou o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que iria ao jantar junto com o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).
O presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu domingo o funcionamento da CPI na Casa. "Não me cabe julgar a iniciativa dos senadores, mas vejo que há senadores, inclusive da oposição, dizendo que não deve haver essa iniciativa por parte do Senado. Até porque os deputados de oposição da Câmara tiveram essa iniciativa primeiro. Então, creio que a oposição vai buscar se entender nesse ponto", afirmou Chinaglia.
Antônio Carlos Pannunzio pediu aos senadores tucanos para não apoiar a CPI no Senado. "Vejo muito interesse do DEM de tomar a CPI para eles. Essa CPI nasceu do esforço e compreensão da bancada do PSDB na Câmara", observou Pannunzio. Até no início da noite de ontem, já havia 29 assinaturas de senadores no requerimento de criação da CPI são necessárias, no mínimo, 27 assinaturas.
Parecer
O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, entregará o parecer sobre a criação da CPI do Apagão Aéreo hoje, quando vence o prazo de cinco dias para encaminhar o documento ao Supremo Tribunal Federal.
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