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Brasília – A absolvição do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) no plenário da Câmara provocou uma rebelião no Conselho de Ética, que aprovara parecer recomendando a cassação do parlamentar, um dos beneficiários do "valerioduto". Cinco deputados do Conselho, três deles titulares, se desligaram do colegiado em reação à série de absolvições de congressistas acusados de envolvimento no esquema de mensalão.

Outros quatro integrantes do Conselho também assinaram o ofício de desligamento, mas resolveram aguardar o fim dos processos em andamento no colegiado antes de deixarem suas funções.

O desligamento dos deputados vai mudar o perfil do colegiado, integrado até ontem por uma maioria que reconhecia a existência do mensalão e que tinha um comportamento rígido na defesa da ética. O PT, que nega o mensalão, vai recuperar duas vagas que estavam sendo ocupadas por ex-petistas que se transferiram para o PSol, somando três titulares. A mudança poderá ter seus reflexos já nos processos contra os deputados Vadão Gomes (PP-SP) e José Janene (PP-PR), que ainda aguardam votação no Conselho.

O PPS também poderá recuperar a vaga de titular que estava em poder do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que mudou de partido no ano passado. O Conselho é formado por 15 titulares e 15 suplentes.

Além dos cinco parlamentares que decidiram sair do Conselho, os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Nelson Trad (PMDB-MS), Benedito de Lira (PP-AL) e Marcelo Ortiz (PV-SP) assinaram documento pedindo desligamento do Conselho. Eles, no entanto, atenderam ao pedido do presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), e vão continuar no colegiado até o fim dos processos. Anteriormente a essa crise, o deputado Edmar Moreira (PFL-MG) também já havia manifestado que deixaria o Conselho no final dos processos, mas não por causa das absolvições.

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