Depois de dois dias de julgamento, os ex-investigadores Airton Adonski e Reinaldo Siduovski, acusados pela morte do estudante Rafael Rodrigo Zanella, foram absolvidos por seis votos a um, no sábado, no Tribunal de Júri de Curitiba. Os dois já tinham sido julgados e condenados pelo crime, em 1997, mas uma decisão do Tribunal de Justiça anulou o julgamento no ano seguinte. Agora, o Ministério Público tem o prazo de cinco dias para analisar a nova decisão e solicitar novo processo. "Acreditamos que o caso já foi esclarecido e que esse recurso não deve acontecer", relata o advogado de defesa de Adonski, Caio Fortes de Matheus.
A mãe do estudante, Elizabetha Zanella, considerou positiva a decisão do júri. Para ela, o mais importante era esclarecer o assassinato e mostrar que seu filho foi uma vítima. "Nós conseguimos o que queríamos, resgatar que meu filho era do bem", disse Zanella. "É uma decisão que aceitamos", acrescenta.
Durante o julgamento, os dois acusados foram interrogados pelos advogados de defesa e pelo promotor do Ministério Público. Na sexta-feira, a acusação apresentou provas para incriminá-los pela participação no homicídio. Já a defesa expôs as provas e considerações para mostrar que os policiais não tiveram envolvimento no assassinato. "Eles estavam a mais de 150 metros do local em uma esquina. Não tinham a mínima chance de participação direta no crime", disse Matheus. O autor do disparo que matou Rafael Zanella foi o policial Almiro Deni Schmidt, julgado e condenado.
O argumento da defesa foi que houve um acidente, já que os policiais estavam atrás de um traficante. "Os policiais faziam uma ronda para combater o tráfico de drogas na região de Santa Felicidade. Junto com o Rafael Zanella, dentro do carro, estava um conhecido e temido traficante conhecido como Camarão, que foi flagrado vendendo drogas para duas meninas pouco antes da abordagem", afirmou Matheus.
Adonski e Siduovski permanecem no Centro de Observação Criminológica e Triagem (COT) para o cumprimento do restante da pena que já estavam condenados. Mesmo com a anulação do crime de homicídio, eles ainda estão presos por terem forjado provas do crime e tortura. A pena de Adonski é de 14 anos de detenção e de Siduovski, nove. O próximo passo da defesa é pedir o livramento condicional dos ex-policiais por já terem cumprido mais de dois terços da pena.
"Estava torcendo para eles serem absolvidos. Isto tudo é muito desgastante. Sei que eles não mataram meu filho. Acredito que já pagaram com nove anos de prisão pelos crimes que cometeram. Agora queremos descanso, para a nossa família e para a deles", desabafou a mãe do estudante.
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