Apesar de a 15.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15), ter sido uma decepção, serviu para despertar a atenção da população e dos empresários, segundo o diretor da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS) e conselheiro do Instituto Life, Clóvis Borges. "Há 15 anos que a COP tem sido uma frustração. Sinto que uma parcela cada vez maior da população não tem tido mais tolerância para essa falta de resultados e, por isso, haverá maior pressão por parte da sociedade", acredita o ambientalista.
Outro avanço é a mudança de percepção das empresas de que a conservação das áreas naturais faz parte de qualquer negócio. "Antigamente, pensava-se que não era possível conciliar preservação com desenvolvimento. Hoje, já se sabe que é o patrimônio natural que faz a economia funcionar. Em 2010 veremos um número maior de empresas assumindo compromissos com o meio ambiente", diz Clóvis.
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente de Curitiba, José Antonio Andreguetto, cada município deve assumir o compromisso de preservar os seus bens naturais, por meio de políticas e ações próprias. "Já que tivemos poucos resultados nas discussões globais, devemos fazer o que os dirigentes nacionais não fazem", argumenta.
Planejamento
Uma das prioridades da prefeitura para 2010 é dar um desfecho para o problema da destinação dos resíduos sólidos por meio da construção da nova usina de aproveitamento e reciclagem de lixo, que substituirá o aterro sanitário da Caximba. Projetos voltados para a recuperação dos rios da cidade também fazem parte das metas do ano. Além do programa Viva o Barigui, que já conta com recursos para recuperar toda a bacia, espera-se a implantação definitiva de uma politica estadual para possibilitar a integração do gerenciamento dos recursos hídricos de toda a região metropolitana. Além disso, até o fim do ano Curitiba divulgará a quantidade de emissões que a cidade tem capacidade de absorver e a quantidade de gases poluentes que emite. "Com esses números será mais fácil saber de que forma podemos combater o aquecimento global localmente", explica o secretário.
No Paraná, o controle das emissões atmosféricas também é um dos principais desafios da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. "Queremos consolidar o inventário das emissões atmosféricas do estado para desenvolver um trabalho junto a cada município", explica o secretário Rasca Rodrigues. A implantação regionalizada do Instituto das Águas do Paraná é outra meta para 2010.
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