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Olympio e Flávio Arns: objetivo é trazer de volta alunos que abandonaram a escola | Marcos Labanca/Gazeta do Povo
Olympio e Flávio Arns: objetivo é trazer de volta alunos que abandonaram a escola| Foto: Marcos Labanca/Gazeta do Povo

Um mês para descobrir quantas pessoas estão fora da escola e outro para buscar a solução para cada caso. Esse foi o prazo estipulado ontem pelo vice-governador e secretário da Educação, Flávio Arns, durante o lançamento oficial da campanha "Criança e adolescente na escola: essa lição é para todos!". Lançada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) em parceria com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), a campanha tem o objetivo de descobrir quantas pessoas – de todas as faixas etárias – precisam ser atendidas pelo sistema de ensino. "Que­­remos tirar a invisibilidade de crianças e adolescentes que não têm a oportunidade de ingressar e permanecer no sistema educacional", afirmou o procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto.Sobre a possível falta de vagas para atender todos que procurarem as escolas para fazer o cadastro, que vai até 14 de março, Arns ressaltou que a campanha foi lançada justamente para servir de base para ações futuras. "Se houver vagas disponíveis na escola procurada, a matrícula será efetuada imediatamente. Se não houver, outras alternativas serão criadas. Isso vale para aqueles que têm deficiência, que estão nas ruas, para indígenas ou para quem está em ambiente hospitalar", afirma o secretário.

Desafio

Segundo a última Pesquisa Na­­cional por Amostra de Do­­micílio (2009) do IBGE, o Paraná tem 1,549 milhão de crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos. Estimativas preliminares da Seed mostram que cerca de 10% deles não frequentam as aulas, uma porcentagem que cresce ao longo do ensino fundamental.

Jhonatan Boçon, 15 anos, quase ajudou a reforçar essa estatística. Depois de reprovar pela segunda vez, ele desistiu da 6.ª série há dois anos e abandonou a escola. "Eu era bem maior que os outros colegas, que me zoavam bastante, e estava bem atrasado. Fora isso não queria saber de estudar, só de bagunça", conta. Ape­sar do protesto dos pais, Jho­natan ficou alguns meses em casa. "Eu não tinha a menor vontade de ir para aula e ficava na internet o dia inteiro. Mas aí acabei vendo que as pessoas que estudam acabam se dando bem e tendo empregos melhores. Foi quando resolvi voltar, fazendo um supletivo", explica.

Arns lembrou durante a apresentação da campanha que a escola se torna mais atrativa para os adolescentes quando faz uma ponte para o mercado de trabalho. "O mais importante é fazer planos para que o adolescente se ressocialize. Se for um jovem de rua, precisa de atendimento interdisciplinar, por isso vamos trabalhar junto dos Conselhos Tutelares e do Mi­­nistério Público para atendê-los. O adolescente vai para escola e aprenderá a trabalhar ou sairá já empregado", afirmou.

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