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O acidente no Trecho Sul do Rodoanel, na sexta-feira à noite, quando três vigas de um viaduto em construção caíram sobre o km 279 da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116) destruindo três veículos e ferindo 3 pessoas, foi causado por uma falha na execução e não na elaboração do projeto da obra. Isso significa que as hipóteses a serem analisadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e pelo Instituto do Criminalística devem estar centradas nos trabalhos do consórcio Rodoanel Sul-5 Engenharia Ltda., formado pelas empreiteiras OAS, Mendes Júnior e Carioca. Coube à empresa estatal Desenvolvimento Rodoviário SA (Dersa) a realização do projeto para o Rodoanel, que vem sendo feito em cinco lotes, por diferente consórcios. O governo, no entanto, não aponta culpados. "É cedo para dizer de quem foi o erro", afirmou o engenheiro Paulo Vieira de Souza, diretor da Dersa.

O secretário de Estado de Transportes, Mauro Arce, afirmou que as hipóteses para a falha de execução, que levaram ao acidente, são várias. "Pode ter havido um flambamento (envergamento) na viga de 85 toneladas e 40 metros de comprimento por erros de fixação ou de transporte do material.

"As vigas são presas por um produto de neoprene e a forma como essa viga foi fixada terá de ser analisada. Durante o transporte pode ter havido rachaduras imperceptíveis, que aumentaram depois que a viga foi fixada. Tudo isso vai ser analisado e dentro de duas semanas devemos ter a explicação para a causa (do acidente)", afirmou Arce.

O secretário garantiu que o acidente não vai prejudicar o prazo de entrega das obras, que está mantido para meados de março de 2010. Paulo Vieira de Souza, diretor do Dersa, explicou que o trecho do acidente corresponde a 0,5% do total das obras de todo o Rodoanel. "Quando a obra for liberada, o viaduto sobre a Régis deve ficar pronto em um mês", segundo Arce. Será necessário refazer as três vigas - a quarta, que ficou suspensa e teve de ser retirada nesta sábado, também será inutilizada. A qualidade do material será investigada.

TRÁFEGO LIBERADO

A liberação completa da rodovia no sentido capital foi feita, segundo a concessionária Autopista, mais de 12 horas após o acidente, pouco antes das 10 horas da manhã. Apesar da remoção do entulho, o trânsito continuava lento até o início da tarde deste sábado no trecho que passa ao lado da cidade de Embu, na Grande São Paulo. Curioso, motoristas passavam pelo local em baixa velocidade para ver o que restou do desabamento. Por dia passam pela rodovia uma média de 100 mil motoristas.

A retirada das vigas começou durante a madrugada, assim que terminou a operação de resgate das três vítimas. A viga que havia ficado suspensa depois do acidente foi a primeira a ser retirada. Elas haviam sido instaladas sobre a rodovia no início da semana. As vigas tiveram de ser divididas em quatro partes para facilitar o trabalho de retirada do entulho.

Parte do material foi removido para o acostamento da pista. A Régis Bittencourt, inaugurada em 1961, liga São Paulo e Curitiba e tem 401,6 km de extensão. Ela é administrada desde 2007 pela Autopista Régis Bittencourt, uma das nove concessionárias da empresa do grupo OHL. O contrato, que prevê investimentos de R$ 3,8 bilhões, tem duração de 25 anos.

AS VÍTIMAS

A Secretaria de Estado da Saúde informou, por volta de meio-dia, que passavam bem as duas vítimas do acidente que naquele momento seguiam internadas. Carlos Fernando Rangel, de 38 anos, que dirigia o Celta preto destruído no acidente sofreu uma fratura no punho esquerdo e foi submetido à cirurgia durante madrugada. Ele está internado no Hospital Geral de Itapecerica da Serra. Outra vítima, o motorista do caminhão basculante, identificado apenas como Reginaldo, de 40 anos, foi submetido a exames e seguia em observação no Hospital Geral de Pirajuçara, em Taboão da Serra.

Reginaldo quebrou três costelas, teve uma torção no braço e um corte na cabeça. Não havia previsão de alta para os pacientes.

A terceira vítima, identificada como Luana Augusto, de 21 anos, foi atendida no pronto-socorro central de Embu. Ela deu entrada na emergência da unidade, onde foi medicada e fez exames. Aparentemente, Luana tinha apenas escoriações. Ela seria a ocupante do Clio vermelho.

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