Em 29 de setembro de 2006, um Boeing da Gol, que fazia o voo 1907, de Manaus para Brasília, se chocou em pleno ar com um jato Legacy que seguia de São Paulo rumo aos Estados Unidos. O acidente deixou 154 mortos - incluindo passageiros e tripulantes da aeronave da companhia aérea brasileira - e completa três anos nesta terça-feira (29).
Nesse período, segundo a Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907, 116 famílias receberam indenizações da Gol e não poderão mais entrar com processos contra a empresa aérea, tanto no Brasil como nos Estados Unidos. Outras 23 famílias seguem apenas com processo no foro norte-americano e mais 15 parentes de vítimas movem ações indenizatórias na Justiça brasileira. Um grupo de familiares ainda espera pelo andamento do processo criminal na Justiça de Mato Grosso, iniciado em 2007. No ano passado, o juiz Murilo Mendes absolveu os pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paladino, que estavam no Legacy, pelo crime de negligência.
Segundo a associação de familiares, a procuradora Federal Analícia Trindade e o assistente de acusação, Dante DAquino, entraram com recurso da decisão, que será analisada pelo desembargador Cândido Ribeiro, no Tribunal Regional Federal (TRF) em Brasília.
Encontro em Brasília
As famílias devem participar de uma audiência pública, às 14h30 desta terça-feira, na Câmara Federal. O objetivo do encontro é discutir e analisar as investigações e providências adotadas após o acidente aéreo.
O encontro terá a participação da viúva Rosane Guthjar, do advogado Dante DAquino, do perito Roberto Peterka e do brigadeiro Jorge Kersul, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Na ocasião, devem ser apresentadas as últimas provas produzidas no caso e o andamento dos dois processos criminais. Segundo informações da associação, um relatório feito pelo perito Peterka indica que o T-CAS (sistema anticolisão) do Legacy sequer foi ligado pelos pilotos antes da decolagem.
Os familiares dizem que devem mostrar ainda que foram passadas informações erradas sobre o planejamento de voo do jato, o que pode ter confundido os controladores de tráfego aéreo.
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