Abordagem dos policiais ao ônibus ocorreu na canaleta exclusiva da Avenida Marechal Floriano Peixoto| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo/

Um acidente que resultou apenas em um retrovisor quebrado terminou com acusações de agressão contra policiais civis e fez com que todos os envolvidos fossem parar na delegacia no começo da noite desta quinta-feira (18), no Centro de Curitiba.

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A colisão aconteceu por volta das 19 horas, na Avenida Visconde de Guarapuava. Uma viatura descaracterizada estava estacionada em frente ao prédio do Instituto Médico-Legal (IML), quando o motorista de um ônibus da linha Canal-Belém passou e raspou no retrovisor, que quebrou.

Segundo o motorista do coletivo, ele seguiu viagem sem perceber o que havia acontecido. Três policiais, que estavam na viatura, seguiram o ônibus até a Avenida Marechal Floriano Peixoto e lá pararam o veículo.

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Segundo passageiros do ônibus, os policiais foram agressivos com o motorista e chegaram até a puxar uma arma. Houve relatos de que o motorista teria sido agredido, mas a informação não foi confirmada no local. Houve confusão e o simples acidente acabou indo parar no 1.º Distrito Policial (DP).

Sindimoc afirma que motorista foi agredido

O sindicato que representa motoristas e cobradores, Sindimoc, divulgou nota nesta sexta-feira (19) afirmando que o motorista foi agredido a tapas e empurrões por um dos policiais civis envolvidos na confusão. A entidade informou ainda que o trabalhador foi abordado pelos policiais à paisana, na mesma viatura descaracterizada e que o veículo chegou ao local com as sirenes desligadas. O sindicato acrescentou que os agentes sacaram as armas ao falar com o motorista.

No relato, ainda consta que o trabalhador se trancou dentro do ônibus, com receio de as agressões continuarem. Ele aguardou até a chegada do apoio do sindicato e, com assistência jurídica, foi até a delegacia para registrar boletim de ocorrência. Lá, segundo o Sindimoc, o motorista sofreu nova tentativa de agressão por parte dos policiais.

“Nós estamos estudando as medidas cabíveis para dar o devido apoio ao motorista. O que temos aqui é um típico caso de abuso de poder, já que os policiais à paisana invadiram a canaleta impedindo a circulação do ônibus, sacaram as armas e agrediram o motorista sem necessidade alguma”, afirmou, na nota, Jadson Lopes, advogado do Sindimoc responsável pelo caso. Uma audiência no Juizado Especial Criminal, marcada para abril, irá avaliar o ocorrido, segundo o sindicato.

Corregedoria instaura processo para apurar ocorrência

Procurada, a Polícia Civil informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que foi instaurado um processo na Corregedoria para apurar a confusão.

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Na versão constante na nota oficial da corporação, os policiais foram atrás do ônibus para solicitar esclarecimentos da parte do motorista, após o acidente. No entanto, ele teria se recusado a descer do ônibus sem a presença do Sindimoc no local.

Com a presença da entidade, ainda na versão da Polícia Civil, os envolvidos foram até a delegacia para formalizar o boletim de ocorrência. No local, o motorista do coletivo assinou um Termo Circunstanciado (TC) por desobediência e resistência e foi encaminhado para um exame de lesões corporais.

“Os policiais afirmam que em momento algum agrediram o motorista. Os servidores estão sendo ouvidos nesta manhã na Corregedoria”, informou a nota da corporação.