O descarrilamento de 31 vagões de uma composição férrea da América Latina Logística (ALL) interrompe, desde a madrugada de ontem, o fluxo de trens de carga e de passageiros na Serra do Mar. A previsão da empresa é que até o fim da manhã de hoje a linha esteja liberada. O acidente não feriu ninguém e nem provocou danos ambientais. Os 85 vagões puxados por quatro locomotivas vinham de Paranaguá com destino a Curitiba e estavam vazios.

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O acidente aconteceu às 00h55, no início da Serra do Mar, próximo à estação de Banhado, na divisa entre Quatro Barras, Piraquara e Morretes. A causa ainda está sendo apurada em uma sindicância interna da empresa, mas acredita-se que o desprendimento de uma peça de um dos últimos vagões tenha causado o acidente.

"Suspeitamos de que isso tenha acontecido, o que acionou o sistema de freios do trem e causou o que chamamos de efeito corda", explica o diretor de relações corporativas da ALL, Pedro Roberto Oliveira Almeida. Com a freada e por não estarem carregados, os primeiros vagões foram puxados e acabaram descarrilando.

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Para a ALL, a prioridade é retirar os vagões do local. Lá, um trecho sinuoso da serra, três equipes de 50 funcionários da empresa se revezam para a retirada do trem. Os vagões, que não chegaram a tombar, precisaram ser derrubados dos trilhos para que guinchos pudessem movê-los e endireitá-los na linha. "É preciso ressaltar que a linha está intacta. Sem nenhum dano", diz Almeida.

Este foi o quinto acidente da ALL com maiores proporções neste ano – o terceiro descarrilamento. Ainda aconteceram duas colisões, uma com um ônibus e outra com um carro. O último acidente ocorreu na terça-feira passada, quando o descarrilamento, seguido de tombamento de alguns vagões, interrompeu por nove horas a linha férrea entre Apucarana e Califórnia, no Norte do estado.

De acordo com o coordenador estadual de acidentes ambientais do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Cláudio Oliveira, aparentemente nenhum dano ambiental foi constatado com o acidente de ontem. "Não há nada que ocasione risco. As máquinas que possuem óleo não foram danificadas", afirma.

Nesta época do ano, cerca de 400 vagões de carga passam pelo trecho em que aconteceu o acidente. O tráfego máximo calculado pela ALL é de 900 vagões, o que não prejudica significativamente o transporte da safra. No entanto, o prejuízo para a Serra Verde Express, que leva turistas de Curitiba para conhecer Morretes e Antonina em passeios de trem e de Litorina, é considerável, já que o maior número de passageiros concentra-se nos fins de semana.

O presidente da empresa, Adonai Aires de Arruda, estima que 350 pessoas deixaram de fazer o passeio ontem e, caso a linha não esteja livre hoje, mais 650 pessoas não vão conhecer o segundo destino turístico mais visitado do Paraná. "Fora os prejuízos causados pela paralisação do trem, a imagem da empresa é prejudicada e este dano é imensurável", reclama Arruda.

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