A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou nesta quarta-feira (25) que o Rio Doce passará por monitoramento diário diante da chegada do período de chuvas. O trabalho será feito por embarcação da Marinha, que chega à região ainda nesta quarta.
A lama de barragem da mineradora Samarco - formada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP - terá forte impacto sobre o rio: a previsão é que a pesca se normalize no prazo de uma década.
A tragédia que afetou cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo foi provocada pelo rompimento de duas barragens de contenção de rejeitos oriundos da exploração mineral no município de Mariana (a 124 km de Belo Horizonte), no interior de Minas.
O rompimento resultou no vazamento de ao menos 40 bilhões de litros de lama e no transbordamento também da barragem de Santarém, que fica logo abaixo da do Fundão. O desastre deixou ao menos oito mortos e 11 pessoas ainda estão desaparecidas.
“O acidente não terminou, está vivo ainda. (...) Mariana é o desastre ambiental mais grave que o Brasil já teve, e de um impacto regional de proporções inimagináveis”, afirmou a ministra após divulgação de dados sobre desmatamento no cerrado.
Com a chegada de chuvas, ela explicou, a lama depositada no fundo do rio deve se deslocar, provocando aumento de turbidez e chegando ao mar do Espírito Santo. “Cada vez que vejo a área fico mais estarrecida. As pessoas não têm noção do que [o rompimento da barragem] significa”, disse.
LAMA
O rejeito, que contaminou praticamente todo o rio Doce, chegou no fim de semana ao mar do Espírito Santo. O governo federal classificou o episódio como a maior tragédia ambiental já ocorrida na história do país.
Em protesto contra a falta de água e as dificuldades na distribuição, manifestantes bloquearam vias na cidade de Colatina (ES) na noite desta terça-feira (23), e entraram em confronto com a Polícia Militar.
O município está sem água desde a última quarta (18), quando foi atingido pela lama da mineradora Samarco, dona da barragem que se rompeu no último dia 5, em Mariana (MG), e que deixou pelo menos oito mortos e 11 desaparecidos.