Em um cenário de queda no total de acidentes de trânsito registrados em Curitiba, a região da chamada Área Calma, com limite de 40 km/h, seguiu a mesma tendência e apresentou uma diminuição ligeiramente maior do que a vista no restante da cidade.
De acordo com o Batalhão de Polícia de Trânsito, 397 acidentes foram contabilizados na região nos primeiros dez meses do projeto. No ano anterior à implantação da medida, levando em conta todos os doze meses, foram 596. A queda média mensal foi de 17%. Como o batalhão não possuía um recorte temporal anterior idêntico ao do período pós-implantação, a média mensal de acidentes é a única comparação possível.
A média mensal de acidentes entre 15/11/2014 e 15/11/2015 ficou em 48 casos – o número engloba acidentes com viatura no local e sem vitimas (quando não há necessidade de registro da ocorrência). Já nos primeiros dez meses do novo limite de velocidade, essa média caiu para 39,7. O BPTran compilou os dados a pedido da Gazeta do Povo.
Greca e Leprevost cogitam aumentar limite de velocidade na Área Calma
Leia a matéria completaPara Mauricio Razera, diretor de engenharia da Secretaria Municipal de Trânsito de Curitiba (Setran), embora ainda não haja dados sobre as características desses acidentes, qualquer redução é bem-vinda. “Mesmo sendo um período muito curto [de análise], já teve uma significativa redução dos dados de acidentes e mortes”.
Os dados do BPTran mostram ainda que a redução dos limites de velocidade trouxe também uma diminuição na gravidade dos acidentes. No primeiro período analisado, foram 83 feridos na Área Calma – sete por mês. Após a implantação do projeto, esse indicador caiu para 51 – uma média de cinco feridos ao mês. A polícia computou dois óbitos na região entre novembro de 2015 e setembro de 2016.
O projeto Vida no Trânsito analisa dados de acidentes em Curitiba registrados a partir de 2012. Daquele ano até o final de 2015, segundo Razera, foram 30 óbitos na região que hoje engloba a Área Calma. A diminuição no total de mortos e feridos em acidentes de trânsito em áreas com redução da velocidade máxima é o principal argumento de quem defende essa medida de engenharia de trânsito.
Queda
Os acidentes de trânsito vêm caindo em toda Curitiba, também de acordo com dados do BPTran. Em 2014, foram registrados 7.054 acidentes com 61 óbitos. No ano passado, ocorreram 5.963 acidentes de trânsito com 48 óbitos. As quedas são de 15% e 21%, respectivamente.
Curitiba está, inclusive, aproximando-se da meta da Organização das Nações Unidas (ONU) que prevê redução de 50% no total de mortes no trânsito até 2020 em relação aos dados de 2010.
Reportagem publicada na Gazeta do Povo em abril deste ano mostrou que o município havia registrado 184 mortes no trânsito em 2015, uma redução de 40% na comparação com 2010.
Limites
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-Amerciana da Saúde, uma redução de 5% nos limites de velocidade pode resultar em 30% menos acidentes fatais. Um exemplo disso é que a distância de parada é 23% menor para um veículo trafegando a 40 Km/h do que para um trafegando a 48 km/h.
Pensando nesses dados, a OMS propôs às cidades que adotassem limites máximos de 50 Km/h em suas áreas urbanas. O Código Brasileiro de Trânsito, entretanto, permite que vias arteriais tenham limites de 60 km/h. Já vias de trânsito rápido pode ter limite de até 80 km/h.
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