Brasília A prefeitura de Curitiba e o governo federal chegaram a um acordo sobre a realização de um projeto básico para a instalação do metrô na capital paranaense. O trabalho, que será iniciado neste ano, receberá R$ 1,5 milhão do Programa de Mobilidade Urbana (PMU), mantido pela União. O projeto preliminar deve ser encerrado em abril, quando será novamente discutida a execução da obra, que ainda não está garantida pela União.
A decisão foi tomada ontem durante encontro em Brasília entre o prefeito Beto Richa (PSDB) e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Richa esteve acompanhado do presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Augusto Canto Neto. Eles apresentaram ao ministro planos sobre o novo sistema.
A obra subterrânea teria 14,3 quilômetros de extensão em mão-dupla, no mesmo caminho seguido pelos ônibus biarticulados entre os terminais do Cabral e Pinheirinho. O custo total seria de R$ 1,25 bilhão. Metade desse valor seria pago pela União, 32% ficariam a cargo de parcerias público-privadas e 18% viriam do município.
A reunião entre Bernardo e Richa ocorreu duas semanas após a polêmica sobre a possível liberação de dinheiro pela União para a execução da obra ainda neste ano. Em entrevista à Gazeta do Povo, Canto Neto declarou, na época, que esperava por um "sinal verde" de Bernardo para tocar o projeto, e que isso poderia ocorrer durante uma visita dele a Curitiba, no último dia 16.
O ministro não gostou da declaração e disse que se sentia pressionado. Além disso, afirmou que a prefeitura possuía apenas um projeto de pré-viabilidade sobre a construção, o que não era suficiente para liberar o recurso. No encontro de ontem, Bernardo evitou dar garantias sobre a realização da obra. "Essa é uma decisão que envolve muito dinheiro e ainda precisa ser discutida antes de ser tomada", disse o ministro. Já Canto Neto afirmou que "o metrô em Curitiba é um avanço, não apenas para o próximo prefeito".
Segundo Canto Neto, 20% dos usuários do transporte coletivo de Curitiba serão beneficiados pelo metrô. De acordo com a assessoria do Ministério do Planejamento, o PMU dispõe de R$ 25 milhões para estudos de implantação da alternativa de transporte. Outras 12 regiões metropolitanas já apresentaram projetos que se encaixam nessa verba.