Prédio está ocupado por estudantes desde o dia 31 de agosto| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A audiência de conciliação na Justiça Federal para decidir sobre a desocupação do prédio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) terminou em um acordo que estabelece a saída dos estudantes do local na manhã de quinta-feira (17). O acerto foi ratificado em uma plenária realizada entre os alunos na noite desta quarta-feira (16). No entanto, não há mais detalhes sobre o que foi discutido ou o que foi decidido nesse encontro, nem a que horas a decisão de sair foi tomada.

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A desocupação deve ocorrer entre 7 e 9 horas de quinta e será acompanhada por oficiais de Justiça. Segundo a assessoria de imprensa da UFPR, com a saída dos alunos, as negociações com o movimento estudantil serão retomadas. Uma audiência entre a reitoria e os alunos está marcada para esta quinta-feira.

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A Pró-reitoria de Administração da UFPR (PRA) determinou que as ligações de água e energia elétrica fossem retomadas ao prédio para que os alunos pudessem realizar a limpeza do local até a manhã de quinta-feira. Em nota, a UFPR afirma que a desocupação ocorrerá com a presença de três oficiais de justiça, três representantes dos alunos, de servidores da universidade que trabalham no imóvel e dos sindicatos dos professores da UFPR (Apufpr) e do sindicato que representa os servidores da instituição (Sinditest).

O prédio da Reitoria foi ocupado no dia 31 de agosto por cerca de 200 estudantes. Desde então a administração da universidade suspendeu o pagamento de bolsas estudantis e o repasse de verbas a fornecedores e funcionários terceirizados. Na última sexta-feira (11), a UFPR também entrou na Justiça com pedido de reintegração de posse do edifício. Para evitar o uso desnecessário de força policial em uma possível ação de reintegração, a 4ª. Vara Federal de Curitiba determinou a realização da audiência de conciliação.

Reivindicações

Segundo o estudante Mateus Landoski, do Comando de Greve Estudantil, os universitários que participaram da audiência levaram uma série de reivindicações à reitoria, como a melhoria da estrutura dos cursos no Centro de Estudos do Mar, em Pontal do Paraná, onde a universidade oferece cinco graduações. “O curso de Engenharia Civil tem uma sala que não comporta o número de alunos. Os estudantes têm aulas em uma casa de madeira cedida pela prefeitura de Pontal do Paraná onde cabem 35 pessoas. Mas a turma tem 50 alunos. Além disso, o curso inteiro tem cinco professores e não há laboratórios”, reclama.

Os alunos pediram ainda o congelamento do preço da refeição nos restaurantes universitários – hoje a R$ 1,30 –, a implantação do transporte intercampi à noite e a oferta desse serviço também para os cursos do Litoral, para que os alunos possam se deslocar de ônibus, gratuitamente, entre as diferentes unidades da UFPR onde têm aulas. “Hoje há cursos de saúde com aulas de dia no Hospital das Clínicas e em parte da noite no Centro Politécnico. Mas a última linha do intercampi sai às 17 horas”, diz Landoski. Outras reivindicações foram a ampliação do atendimento psicológico e médico nos câmpus e a retomada das bolsas de extensão, que teriam sofrido cortes após a política de ajuste fiscal do governo federal.

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Mesmo com o acordo, segundo o estudante, a decisão tomada na Justiça será levada para consentimento dos alunos que ocupam o prédio. “Conseguimos marcar reunião de negociação amanhã à tarde, sem horário definido ainda. Vamos avaliar em plenária se desocuparemos ou não”, diz Landoski. A tendência, segundo o aluno, é que o prédio seja desocupado.

Segundo a Justiça Federal, se os alunos não deixarem o local conforme o acordo, o caso volta para o juíz dar uma nova decisão.