Acordo inclui reeleição de Renan ao Senado

• 0

Antes da derrota na eleição para o Tribunal de Contas da União (TCU), os petistas não escondiam seu otimismo com o projeto de eleger Arlindo Chinaglia (SP) para a presidência da Câmara. Para a bancada do PT, a vitória significaria a retomada de um espaço perdido pelo partido, depois da saída de João Paulo Cunha (SP) do posto. Depois de negociarem um acordo com setores do PMDB, os petistas decidiram lançar seu candidato. Pelo acordo, o PMDB ajudaria a eleger Chinaglia e teria apoio do PT para reeleger Renan Calheiros (AL) para comandar o Senado. No futuro, o acordo poderia ainda garantir ao PMDB a indicação de um nome para suceder Chinaglia. Com o acordo costurado, o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana, e Chinaglia comunicaram a decisão ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), avisando que a bancada do PT não lhe daria mais votos.

"É normal o lançamento de outras candidaturas dentro de um processo democrático. Afinal, não temos um partido único na Casa Mas creio que o esforço devia ser feito no sentido de ter uma candidatura à presidência que represente toda a instituição da Câmara", diz Aldo, sinalizando a aproximação de sua candidatura com a oposição.

Para Lula, a vitória de Aldo é o ideal, mas não achará ruim a eleição de Chinaglia. O que ele teme é que o processo corroa definitivamente a montagem da coalizão. Se Aldo vencer com o apoio da oposição, poderá se distanciar do Planalto. Além disso, há o temor de que a oposição ganhe corpo com o processo e garanta a vitória, por exemplo, de José Agripino Maia (PFL-RN) para presidir o Senado, no lugar de Renan.