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Foz do Iguaçu – Brasileiros e paraguaios não chegaram a um acordo, o que manteve a Ponte Internacional da Amizade, ligação entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, fechada para a passagem de pedestres e veículos até o início da noite de ontem. O bloqueio, desencadeado por taxistas paraguaios descontentes com a apreensão de oito táxis e uma van que levavam mercadorias para fins comerciais ao Brasil, começou na tarde de terça-feira. A apreensão dos veículos faz parte de uma nova estratégia adotada pela Receita Federal (RF) para impedir o contrabando de mercadorias.

Segundo a RF, somente empresas habilitadas pelo setor de transporte internacional de cargas podem levar produtos acima da cota de US$ 300 ou destinados a fins comerciais do Paraguai ao Brasil. No entanto, na fronteira passou a ser comum táxis e vans transportarem mercadorias em grande quantidade para os sacoleiros até o lado brasileiro.

O prefeito de Ciudad del Este, Javier Zacarias Irún, esteve ontem em Assunção participando de uma audiência com o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, para tratar do assunto. Durante o encontro, os paraguaios entraram em contato com autoridades brasileiras e conseguiram a garantia de que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, vai se encontrar com Frutos amanhã, no Chile, durante a posse da presidente Michelle Bachelet, para tratar da questão.

Um dos líderes do protesto, o presidente da Federação de Taxistas de Ciudad del Este (Fetace), Miguel Barrios, diz que a intenção dos paraguaios é dar uma trégua ao protesto para ver como se comportam os fiscais brasileiros. Caso os veículos continuem sendo apreendidos, eles pensam em voltar a fechar a fronteira pelo menos por 15 dias. "Da próxima vez vamos estar mais preparados. Esse fechamento da ponte foi rápido e espontâneo", diz.

O motorista Francisco Ayala foi um dos taxistas que teve o veículo apreendido. Ele se queixou do tratamento dos fiscais brasileiros. "Quem tem que se responsabilizar pela bagagem é o proprietário da mercadoria", indigna-se.

Enquanto paraguaios protestavam, turistas e caminhoneiros sofriam as conseqüências do bloqueio. Em Ciudad del Este, carros, ônibus e caminhões estavam parados próximo à aduana aguardando o fim do protesto. A passagem de pedestres só foi liberada por alguns minutos com o aval dos manifestantes.

O casal Itaiana Medina, 26 anos, e Alexandre Medina, 27 anos, foi obrigado a passar à noite dentro do próprio carro, um Corsa, na esperança de que a fronteira fosse liberada. Moradores de Cascavel, eles foram ao Paraguai fazer compras pessoais. "Isso é um absurdo e o governo brasileiro não está fazendo nada", diz Itaiane.

Nem mesmo os turistas internacionais escaparam do bloqueio. Dois ônibus do Chile ficaram retidos 24 horas em Ciudad del Este. Os turistas, que vieram conhecer as Cataratas, foram obrigados a passar pela fronteira a pé para chegar ao hotel em Foz do Iguaçu. O ônibus com as bagagens ficaram no lado paraguaio e só foram liberados no final da tarde de ontem após muita conversa.

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