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Acreditar em quem numa hora dessas?

Os sites dos candidatos que chegaram ao segundo turno estão disparando afirmações e números para todos os lados. Afogam o eleitor em dados e índices, nem sempre comprovados. Nesta semana passada, pós-debates, foi um tal de contestar dados pra cá, rebater estatísticas pra lá e o pobre eleitor no meio do tiroteio sem saber quem mente mais e quem mente menos. Vamos a dois exemplos.

Aqui no Paraná, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, que havia mantido um retumbante silêncio no primeiro turno, decidiu apoiar Osmar Dias na segunda e decisiva rodada. Foi o que bastou para que o lado contrário tentasse minimizar a importância da adesão do prefeito afirmando, como teria feito o governador, que 90% das obras realizadas em Curitiba teriam também a participação do governo do estado. Richa foi à CBN dizer que não era nada disso e lançou um desafio público a Requião: provar que o governo do estado deu um centavo que fosse para a prefeitura de Curitiba no ano passado.

O escalado pela campanha de Requião para rebater as declarações do prefeito foi o secretário estadual do Desenvolvimento Urbano, Luiz Forte Neto, também em entrevista à CBN com direito à reprodução no site oficial. Segundo ele, foram mais de R$ 700 milhões que o estado estaria investindo em Curitiba nos quase quatro anos de governo Requião. Na conta estão compra de viaturas, caminhões, ônibus e motos para a PM, 45 ambulâncias, além de R$ 273 milhões da Sanepar e R$ 108 milhões da Copel e até a construção de 40 quadras esportivas em escolas estaduais.

Não deixa de ser investimento, mas não era bem do que o prefeito Beto Richa estava falando.

Na disputa para a Presidência dá para pegar o exemplo do Aerolula. No debate da Band, Alckmin lembrou que o Aerolula custou R$ 122 milhões e prometeu que iria vendê-lo caso vença as eleições. Depois, o site de Alckmin também afirmava que o governo Lula teria gasto nestes três anos e meio cerca de R$ 4,5 bilhões com diárias e passagens de todos os seus funcionários. Só em 2006 este gasto estaria em R$ 880,9 milhões. Cita como fonte dos números o site da ONG Contas Abertas.

A campanha de Alckmin não mentiu, mas omitiu. Em reportagem no site Contas Abertas, a repórter Camila Shinoda demonstrou que essa discussão seria infrutífera e deu como exemplos inclusive uma comparação de gastos com viagens entre o governo Lula e o governo de Fernando Henrique Cardoso. A reportagem mostra que nos primeiros quatro anos o governo FH gastou R$ 5,7 bilhões. Nos quatro últimos, os gastos com deslocamentos de toda a equipe somaram R$ 5,5 bilhões. ou seja, R$ 1 bilhão a mais que o governo Lula em 3,5 anos.

Os candidatos e seus assessores estão mais empenhados em embrulhar o eleitor com números do que em propor algo para a redução das despesas e o melhor gasto.

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