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Fukumi Miyamura, 64 anos, tinha 18 quando chegou ao Brasil. Fez a vida e voltou para casa na década de 80. Tinha de resolver uma questão paralela – queria estudar acupuntura. De volta ao país, acabou se destacando no ramo e ocupando o primeiro posto no Sindicato dos Acupunturistas e Terapias Orientais do Paraná. O bate-boca em que se tornou o exercício da profissão não o atormenta. "Não saiu lei para proibir. Enquanto nada proíbe, pode ser praticada." Ano passado, conta, recebeu uma visita de técnicos da prefeitura e teve seu consultório liberado.

A máxima do "não proibiu, está liberado" – que não saiu de nenhum manual de filosofia oriental – também é repetida pelo chinês Pan Yi Bo, 76 anos, uma espécie de guru dos terapeutas curitibanos. Pelos seis cálculos, iniciou-se na acupuntura aos 11 anos de idade, quando ainda vivia na Província de Henan, na China Central. A história virou brasa dormida, Pan mudou para Taiwan, onde trabalhou no Ministério da Educação, até desembarcar no Brasil, em 1964. Na capital paranaense, o imigrante de Henan ficou conhecido como o dono do restaurante Muralha da China.

Até que a tradição falou mais forte. Em 1998, Pan formou sua primeira turma de acupunturistas. Hoje são três discípulos, pois o mestre está com problemas ortopédicos. Sua palavra de ordem é que mais e mais gente aprenda a medicina chinesa. "Se houvesse um acupunturista em cada família, ninguém mais ia ficar doente", compara o homem que fala a língua dos médicos. Para ele, a acupuntura é 100% científica, necessita de estudo e não pode ser exercida por gente despreparada. "Não tem a ver com intuição. Não é dizer ‘saravᒠe pronto. Não é mecânica. É como matemática. Tem de saber." (JCF)

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