Acusação abala políticos de Foz

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Foz do Iguaçu – Políticos de Foz do Iguaçu defenderam-se ontem de acusações de favorecimento ao contrabando na fronteira do Brasil e Paraguai. O vereador de Foz do Iguaçu, Valdir de Souza Maninho (PMDB), e o ex-deputado federal Dilto Vitorassi (PT) foram citados em uma reportagem veiculada na noite de anteontem, no Jornal da Record.

Conforme a reportagem, Maninho é apontado como inquilino do Hotel Manos, interditado em 2005 pelo Ministério Público após informações de que o estabelecimento estava sendo usado por contrabandistas. Apesar de fechado, o hotel ainda estaria funcionando à noite como local para guardar mercadorias contrabandeadas, segundo a reportagem.

Em outro trecho da entrevista, Vitorassi dialoga com o ex-delegado da Receita Federal (RF) em Foz do Iguaçu, José Carlos de Araújo, por telefone. A conversa, registrada em março do ano passado, foi gravada pelo delegado. Na ocasião, a RF desencadeava uma operação para apreender táxis e vans do Paraguai que cruzavam a fronteira com mercadorias ilegais.

Na gravação, Vitorassi diz ao delegado que a fronteira não precisa de polícia e de repressão. Também fala para ele acabar com o contrabando em Santos e em outros lugares, não só em Foz.

Em pronunciamento na Câmara de Vereadores, Maninho afirmou que vai processar a TV Record pelas acusações. Segundo ele, o hotel foi fechado a pedido do Ministério Público atendendo a uma ação do Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária para abertura de corredores e implantação de escadas. O vereador ainda questiona o conteúdo da reportagem. "Eu não vi o povo se movimentando com pilhas e pilhas de contrabando", sustenta.

Já Vitorassi negou ter defendido o contrabando e alega ter agido em defesa dos motoristas de vans e táxis. Para ele, a RF deveria apreender apenas as mercadorias e não os veículos. Segundo o deputado, logo após o episódio, a Justiça deu ganho de causa para alguns motoristas, o que comprova que a ação da RF era incoerente. O delegado José Carlos de Araújo não foi encontrado pela Gazeta do Povo.