Depois de ficar seis dias presa no Comando de Operações Policiais Especiais (Cope) em Curitiba, a sócia administrativa do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage), Júlia Streski, concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira (1) em Ponta Grossa, onde está sediada a instituição. Júlia negou todas as acusações feitas contra ela e outros funcionários que, segundo o Cope, teriam desviado cerca de R$ 40 milhões do caixa do Cescage.
Segundo ela, o montante corresponderia a dívidas tributárias que os recursos da instituição foram insuficientes para quitar, principalmente em razão da inadimplência no pagamento das mensalidades. "Temos períodos do ano em que a inadimplência chega a 40% [do total de mensalidades]", ressalta Júlia. Na época da criação do Cescage, em 1999, as instituições de ensino superior privadas (IESP) eram obrigadas a pagar o Imposto sobre Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ), a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e a Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS). Com a criação do Programa Universidade Para Todos (Prouni), em 2005, as IESP ficaram isentas de todos esses tributos em troca da concessão de bolsas de estudos para estudantes de baixa renda.
"Só que a nossa dívida anterior [à criação do Prouni] não entrou nessa negociação", salienta. Segundo ela, boa parte deste montante de aproximadamente R$ 40 milhões são os juros destas dívidas. "No ano passado, o Governo Federal editou uma medida provisória criando o Proies [Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior], que permite que as IESP convertam 90% de suas dívidas tributárias em bolsas de estudo. Nós já estamos inscritos no Proies. Todos os nossos documentos já foram aceitos. Só que agora, depois desse escândalo, não sei como vai ficar. A partir de julho [de 2013] essas bolsas já começariam a ser distribuídas", afirma.
Ela e outras três pessoas ligadas à direção do Cescage que estavam presas desde sexta (22) foram soltas na noite desta quarta-feira (27) depois que a Vara de Inquéritos Policiais de Curitiba entendeu que o processo deveria ser conduzido em Ponta Grossa, e não na capital. Ainda na coletiva, Júlia Streski fez algumas acusações de cunho pessoal ao ex-marido e sócio do Cescage, desembargador José Sebastião Fagundes Cunha que, segundo ela, vem tentando afastá-la da administração da instituição desde o ano passado. "Meus advogados já estão preparando o recurso para essa decisão [da Vara de Inquéritos de Curitiba]", afirma Cunha. No momento, a instituição está sob intervenção judicial e o administrador provisório, nomeado pela 2ª Vara Cível de Ponta Grossa, é o economista Paulo Roberto Godoy, ex-reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
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