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UTI do Evangélico

Acusada por mortes, médica diz que nunca mais vai clinicar

Virgínia Helena Soares de Souza, ex-chefe da UTI do Hospital Evangélico de Curitiba | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Virgínia Helena Soares de Souza, ex-chefe da UTI do Hospital Evangélico de Curitiba (Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo)

A médica Virgínia Helena Soares de Souza, denunciada sob acusação de provocar a morte de pacientes na UTI adulto do Hospital Evangélico de Curitiba, afirmou ontem que só voltará à medicina se for em cargos burocráticos. "[Se eu voltar], preciso ir para uma área burocrática, que eu acho melhor. Porque os olhos de uma família são muito importantes, e a confiança na relação médico-paciente é muito importante", disse ela, em entrevista à rádio BandNews.

Virgínia, que foi chefe da UTI do Evangélico por sete anos, fez as declarações na saída do Tribunal de Justiça do Paraná, onde esteve para sua apresentação mensal de rotina. Desde que foi presa no decorrer das investigações, em fevereiro, a médica foi afastada de suas funções no hospital e, atualmente, permanece reclusa em casa. Fala com poucos amigos, não sai "nem para ir à padaria", segundo seus advogados, e não costuma dar entrevistas.

Ela e outros sete ex-profissionais do hospital são réus por sete homicídios, num processo que corre sob sigilo. Outras 334 mortes estão sob investigação do Ministério Público.

Segundo a Promotoria, a ex-chefe da UTI ordenava a aplicação de bloqueadores neuromusculares ou anestésicos nos pacientes, e então diminuía a quantidade de oxigênio nos respiradores ligados às vítimas, provocando a morte por asfixia, para fazer "girar" os leitos.

Para a defesa, todos os procedimentos adotados se fundamentam na literatura médica. "Isso faz parte do procedimento médico de UTI", disse Virgínia à BandNews.

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