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Acusado de atropelar e matar nesta quarta-feira, 20, a atendente de telemarketing Jéssica Rodrigues da Silva, de 22 anos, na Ponte do Piqueri, zona norte de São Paulo, o autônomo Vagner Fraga Ferreira apresentou-se à polícia nesta quinta-feira, 21. Ferreira foi indiciado por homicídio com dolo eventual (quando o suspeito assume o risco do crime, sem se preocupar com as atitudes). Se condenado, a pena seria de 6 a 20 anos de reclusão.

Ferreira chegou ao 7º Distrito Policial (Lapa) às 19 horas acompanhado do advogado Roberto Vasconcelos da Gama. O delegado Marcel Druziani, titular do 7º DP e responsável pelas investigações, disse também que a carteira de motorista do autônomo estava vencida desde julho.

Druziani já ouviu três testemunhas de acusação - duas afirmaram que o carro do acusado passou o sinal vermelho. "Temos testemunhas que foram ouvidas hoje (nesta quinta-feira) que também afirmaram, categoricamente, que ele estava em alta velocidade e praticando racha", disse.

Gama nega todas as acusações. "Ele não estava tirando racha, não estava apostando corrida", disse. "Ele estava a 80 quilômetros horários/h, mas passaram dois veículos por ele que o espremeram na faixa de ônibus. Esses dois é que estavam em alta velocidade."

A velocidade permitida na via é de 60 km/h. Gama contrariou as testemunhas e afirmou ainda que o sinal estava verde quando aconteceu o atropelamento e que a culpada é Jéssica. "Se ela tivesse ficado parada, nada teria acontecido. Mas (assim que um carro passou por ela, por trás), ela pulou para frente e foi atropelada."

O corpo de Jéssica ficou preso no para-brisa do Fiat Stilo 2009 de Ferreira e foi arrastado por mais de 200 metros, onde o carro foi abandonado pelo motorista, que fugiu sem prestar socorro. "Mesmo que se comprove que não havia racha, que não havia sinal vermelho, a situação é gravíssima", disse o delegado.Vítima

Jéssica, que deixa uma filha de 4 anos, começaria nesta quinta num novo emprego. Ela estava desempregada havia seis meses. Ela tinha casamento marcado para o fim de 2014. O seu noivo era o auxiliar de expedição Geyvison Alef Bernardino dos Santos, de 20 anos, que estava logo atrás de Jéssica quando ela foi atropelada. O corpo de Jéssica foi enterrado nesta quarta-feira no Cemitério Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, perto de onde ela morava com a família.

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