Policiais da Delegacia de Homicídios (DH) prenderam na manhã da última sexta-feira o acusado de chefiar uma das principais gangues de Curitiba, o Comando do Extermínio (CDE), que desde 2006 aterroriza o bairro do São Braz, em Curitiba. Thiago Felipe dos Santos, de 20 anos, o Limão, é suspeito de oito assassinatos nos dois últimos anos, todos referentes à disputa com o Comando Vila do Sapo (CVS), gangue rival do bairro de Campina do Siqueira.
Junto com Limão que, após duas operações da DH no São Braz para cumprimento de mandado de prisão, foi encontrado no Bairro Novo foram presos Wellington Carmo da Silva, de 20 anos, Jefferson Carmo da Silva, 23, e Ademir Oliveira dos Santos, 20. Wellington é apontado como principal parceiro de Thiago nas mortes, chegando a transportá-lo de moto para cometer os homicídios, segundo a polícia. Já os outros dois o auxiliariam de outras formas, como guardando a arma usada nos confrontos. Na casa de Jefferson foi encontrado o revólver 38 usado na morte de Marcelo Gonçalves Gutierrez, última vítima de Limão, segundo a polícia. Os quatro, que também são acusados de formação de quadrilha, não quiseram se pronunciar para a imprensa.
O delegado Hamilton da Paz afirma que o grupo não tinha ligação com tráfico de drogas. Os confrontos entre CDE e CVS são apenas por disputa de território. Segundo Paz, os dois grupos cujos outros integrantes seguem sendo investigados são formados por jovens e adolescentes que bebem e marcam brigas para mostrar quem é mais forte na região. "Sempre que integrantes de um grupo se encontravam com membros do outro, principalmente em baladas, dava confusão, tiroteio, o que deixava a população do bairro em pânico", ressalta o delegado.
Os dois grupos ainda estendiam a disputa a sites de relacionamentos, como o Orkut. As investigações da DH mostram que os integrantes das duas gangues chegavam a agendar pela internet confrontos na rua.
Os quatro são acusados das mortes de Celso Ricardo Nunes (outubro de 2007), Daniel Fernando da Rosa (novembro de 2008), Clayton Nunes (março deste ano), Heitor de Lima Alves Santos, José Pereira da Silva, Diego Pereira de Oliveira (os três em abril deste ano) e Marcelo Gonçalves Gutierrez (em maio).
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