O julgamento do réu confesso da morte da ex-mulher Maristela Just e da tentativa de assassinato dos dois filhos e do ex-cunhado, o comerciante José Ramos Lopes Neto começou sem a presença dele ou de seu advogado. O tribunal do júri vai se realizar à revelia do acusado, que está foragido e teve sua prisão decretada no último dia 19. Os crimes foram cometidos há 21 anos.
O decreto da prisão contra Lopes Neto foi divulgado no fim da manhã de hoje pela juíza Inês Maria Albuquerque, do Forum de Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de Recife, ao iniciar o julgamento. A sessão começou ao meio-dia, com três horas de atraso porque duas testemunhas de defesa também não compareceram.
O réu confesso e seu advogado não haviam comparecido ao julgamento marcado inicialmente para o dia 13 de maio, o que levou à suspensão da sessão. Porém, desta vez, a juíza determinou que dois defensores públicos fizessem a defesa para evitar um novo cancelamento. No entanto, mais uma vez o réu e sua defesa não compareceram.
Integrantes do Forum de Mulheres de Pernambuco fazem vigília e exigem punição do réu na porta do prédio onde o comerciante está sendo julgado. Ao chegar ao local, Nathália Just, hoje com 25 anos, disse esperar não haver mais brechas na Justiça para que o pai possa ser condenado. Segundo ela, o caso tem sido tratado como emblemático diante da impunidade.
O réu foi preso em flagrante, confessou o crime e ficou detido por um ano. Ele foi solto mediante habeas corpus e desde então respondia ao processo em liberdade, usando de todos os recursos legais para prorrogar o julgamento.
Na tarde de hoje devem ser ouvidos os dois filhos, três testemunhas de acusação e três de defesa. Ao todo serão oito testemunhas. A expectativa do promotor de Justiça Edgar Brás, um dos responsáveis pela acusação, é de que a sentença saia no final da tarde de amanhã.
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