Depois de pouco mais de 12 horas de julgamento, nesta quarta-feira (16), Althaídes Prestes Lemos foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de Paulo Gustavo de Freitas Turkiewsicz, herdeiro da Disapel. Ele vai responder por homicídio duplamente qualificado, praticado sob encomenda e sem a possibilidade de defesa da vítima.
Por este mesmo crime, Rogério Juliano Gonçalves, que seria um dos agenciadores de Lemos, foi condenado a 12 anos de prisão em fevereiro de 2008. Além deles, outras duas pessoas são acusadas de envolvimento no homicídio, mas ainda não foram a julgamento: o advogado Guilherme Navarro Lins de Souza, apontado como mentor e mandante do crime, e Sebastião Cândido Gouveia, que teria sido contratado pelo advogado e agenciado Lemos para a execução, em parceria com Gonçalves.
Durante o julgamento, a estratégia da defesa se baseou na tese de que Lemos não estava em Curitiba no dia do crime. Segundo o advogado do réu, Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida, um documento comprovaria que ele estava em Caçador, Santa Catarina, fazendo um tratamento odontológico. O júri não aceitou este álibi do réu e confirmou a condenação. Lemos, que está preso desde 2005 por utilização de documentos falsos, vai continuar detido.
O crime
O assassinato de Turkiewicz aconteceu no dia 1º de abril de 2003. Dentro de um Citroën Xsara, Gonçalves e Lemos aguardaram a vítima chegar numa academia de tênis, em Santa Felicidade, onde Turkiewicz tinha partida marcada para as 20h. A vítima chegou dez minutos antes e foi abordada pela dupla do estacionamento. Turkiewicz foi morto com três tiros na cabeça e um no tórax. Gouveia é acusado de ter estacionado uma caminhonete Silverado do lado de fora da academia e ter dado fuga ao atirador.
Protesto
Antes do julgamento desta quarta-feira (16), um grupo de cerca de 20 familiares e amigos da vítima realizaram um protesto silencioso em frente ao Tribunal do Juri. Eles utilizaram camiseta e faixas para pedir justiça.
A rede de lojas Disapel, fundada na década de 1970, teve sua falência decretada em junho de 2000, ocasião em que contava com 81 filiais distribuídas nos três estados do Sul do país 36 no Paraná, 20 em Santa Catarina e 25 no Rio Grande do Sul. As lojas foram levadas a leilão, e adquiridas por R$ 12,1 milhões pelo Ponto Frio.