O vendedor Jean Carlos de Oliveira Pinto (de camisa branca) foi condenado a 22 anos de prisão pelo estupro e assassinato da modelo Agda de Fátima Rocha. Oito anos são pelo crime de estupro e 14 anos por homicídio qualificado| Foto: Josué Teixeira / Agência de Notícias Gazeta do Povo

O vendedor Jean Carlos de Oliveira Pinto, 25 anos foi condenado a 22 anos de prisão de prisão em regime fechado pelo estupro e assassinato da modelo Agda de Fátima Rocha, 21 anos, em Ponta Grossa, Campos Gerais. Depois de 13 horas de julgamento e ânimos exaltados entre acusação e defesa, o corpo de jurados, composto por um homem e seis mulheres, decidiu por quatro votos a três pela condenação do réu. A sentença foi lida pela presidente do Tribunal do Júri, juíza Heloísa da Silva Krol Milak por volta das 21h30. A pena total consiste em oito anos pelo crime de estupro e 14 anos por homicídio qualificado.

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Com a leitura da sentença, amigos e familiares da modelo comemoraram, enquanto parentes de Jean Carlos lamentaram a condenação. O réu chorou ao ouvir o pronunciamento da juíza. Ele foi conduzido do Fórum de Ponta Grossa diretamente para a Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG), sob aplausos dos familiares e amigos da vítima.

A mãe de Agda, Rosani Aparecida Lima, visivelmente emocionada disse que a justiça foi feita. "Tirei um peso do coração". A irmã de Jean Carlos, Kellen Rosa condenou o resultado. "Não adianta falar nada. Ele é bandido. É muito injusto".

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O julgamento

O réu chegou ao Tribunal do Júri por volta das 9h da manhã, algemado e com escolta policial. O corpo de júri foi composto via sorteio entre 21 convocados. Um homem e seis mulheres foram sorteados. No período da manhã e em parte da tarde, foram ouvidas cinco testemunhas de acusação e duas de defesa.

O depoimento de Jean Carlos foi rápido. Em menos de uma hora ele deu detalhes da noite do crime e contou como Agda morreu. Chorando, o réu afirmou que não tinha intenção de matar a jovem. Segundo ele, não houve estupro e sim preliminares consentidas por Agda. O réu confessou que discutiu com a modelo por ter arrombado sua porta e, por isso, colocou o travesseiro [usado para asfixiá-la] sobre seu rosto.

Na fase de sustentação, os ânimos entre defesa e acusação ficaram exaltados e a juíza precisou intervir. O promotor de justiça, Fábio Carvalho Grade e o assistente de acusação, advogado contratado pela família, Ângelo Pilatti Júnior, trabalharam pedindo a condenação do réu por estupro e homicídio duplamente qualificado, por não dar condições de defesa a vítima e dificultar as investigações.

Já a defesa de Jean Carlos, composta pelos advogados César Antonio Gasparetto e Marco Luciano Mendes, tentou desconstruir a acusação alegando que não houve violência sexual e que a morte da modelo foi acidental, o que transforma o crime em homicídio culposo (quando não há intenção de matar). A estratégia da defesa se baseou num discurso conservador, insinuando que a vítima provocou o réu e que estava bêbada, fato que a deixou frágil e propensa a uma parada respiratória.

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O resultado do julgamento não agradou a defesa. Eles devem recorrer da sentença em até cinco dias. "Já manifestamos essa vontade perante a juíza", afirmou Gasparetto. A acusação encerrou os trabalhos satisfeita com condenação de Jean Carlos. "Acho que não havia outro resultado para este caso", frisou Pilatti Júnior.

O crime

A modelo Agda de Fátima Rocha, de 21 anos, foi encontrada morta pela mãe no dia 18 de setembro de 2011 em sua casa. Com as investigações, a polícia identificou o vendedor Jean Carlos de Oliveira Pinto, de 23 anos na época, como o autor do crime.

Segundo o inquérito, a jovem conheceu Jean na noite de sua morte. Vítima e acusado foram apresentados por uma amiga em comum.

Ele ofereceu carona e deixou primeiro a modelo em casa para depois levar sua amiga. O acusado voltou à casa de Agda na tentativa de manter relações sexuais com ela. Com a recusa da vítima, segundo as investigações policiais, Jean Carlos a violentou e, em seguida, matou asfixiada com um travesseiro.

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