Após longo julgamento, Paulo Estevão de Lima, apontado como autor da morte da psicóloga Telma Fontoura, foi condenado pelo júri popular a 18 anos e nove meses de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, além de multa. A sentença foi proferida na noite de quarta-feira. Lima saiu do Fórum de Matinhos acompanhado por dois policiais e, de acordo com a determinação judicial, vai para o Centro de Detenção de São José dos Pinhais.
Sobrinha do ator Ary Fontoura e filha do ex-secretário de estado da Saúde Ivan Fontoura, Telma lecionava na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) havia 27 anos. Ela foi encontrada enterrada na praia do balneário Shangri-lá, em Pontal do Paraná, no dia 12 de julho de 2010, depois de sair para caminhar na tarde do dia anterior.
O julgamento foi acompanhado por cerca de 40 pessoas, a maioria familiares de Telma. O ator Ary Fontoura também estava presente no julgamento. "Por mais que o acusado seja condenado, minha sobrinha não vai mais voltar", lamentou. "A justiça foi feita: o acusado foi visto por três vezes na praia onde o corpo da minha irmã foi achado. Além disso, a bituca de cigarro que foi encontrada próximo ao local tem o DNA dele", diz Fábio Fontoura, irmão da vítima.
Segundo o promotor de justiça do Ministério Público do Paraná João Nilton Salles, a decisão foi satisfatória. "Foi um bom debate. O Ministério Público trabalha para que seja feita justiça e havia provas suficientes para a condenação do réu", afirma.
O advogado Murilo Buchman, que fez a defesa do réu, manifestou recurso de apelação logo após a sentença. "O Paulo é inocente e está sendo condenado injustamente. Não há consistência nas provas apresentadas pela promotoria", diz.