A Justiça de Rio Claro, a 173 km de São Paulo, condenou Laerte Orpinelli, maníaco que assustou o interior do estado há quase 20 anos, a 38 anos de prisão pela morte de duas crianças. O julgamento aconteceu nesta quinta-feira (16), e foi a quarta condenação de Orpinelli, que já cumpre mais de 60 anos de prisão por três assassinatos, em três cidades diferentes.

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A segurança foi reforçada em frente ao fórum da cidade. O acusado chegou em um furgão do sistema penitenciário, e saiu algemado e escoltado pela Polícia Militar. No salão do júri, o homem que chegou a ser chamado na cidade de "andarilho da morte" permaneceu de cabeça baixa, sem demonstrar nenhuma reação.

As duas crianças moravam com parentes em Rio Claro e desapareceram em janeiro de 1990. No fim do mesmo ano, duas ossadas que seriam delas foram encontradas num canavial às margens da rodovia que liga Rio Claro a Araras. Ele foi condenado por ter violentado sexualmente, matado e ocultado os corpos.

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O réu foi o primeiro a ser ouvido. Em poucas palavras, apenas negou os crimes. Depois, a acusação e a defesa tiveram duas horas e meia cada uma para se apresentar. Por último os jurados se reuniram por cerca de meia hora e voltaram com a decisão. Ele foi condenado por quatro votos a três, a 38 anos de prisão em regime fechado por atentado ao pudor e homicídio.

O julgamento durou cerca de oito horas, e o condenado voltou para a penitenciária de Serra Azul, onde cumpre a sentença anterior, após a decisão.

O advogado de defesa, Carlos Benedito Pereira da Silva, garante que houve vários erros nas investigações que não deixam claro se Orpinelli tem culpa. "O exame de DNA [da ossada das crianças] deu inconclusivo, a ossada não bate com o DNA da mãe", diz. Ele afirmou que vai recorrer da decisão.