Três integrantes de um grupo de skinheads facção de orientação neonazista teriam desferido as facadas que mataram o jovem Lucas Augusto de Carvalho. O crime aconteceu no dia 5 de setembro, no bairro São Francisco, em Curitiba, quando a vítima e outros cinco amigos foram perseguidos depois de saírem do Shopping Müller.
Na manhã de terça-feira (28), um dos acusados, Fernando Santana, de 28 anos, se apresentou à Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), responsável pelo caso. Segundo a polícia, em depoimento, Santana confirmou que fazia parte do grupo de skinheads e que perseguiu Carvalho e seus amigos. O acusado, no entanto, negou que tenha esfaqueado o rapaz.
"Ele apontou três integrantes da facção que teriam dado as facadas. Um deles já está identificado. Dos outros dois, temos apelidos e local aproximado onde moram. Estes detalhes, no entanto, não vão ser revelados para não prejudicar as investigações", disse o delegado titular da DFR, Silvan Rodney Pereira.
Como a Justiça decretou a prisão temporária de Santana, ele permanece detido na carceragem da DFR. O acusado havia sido identificado em imagens de câmeras de segurança do Shopping Müller, captadas no dia do crime. Um menor de idade que estava com a vítima também o reconheceu. Santana já tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas e trabalhava em um estúdio de tatuagens, onde a polícia apreendeu um computador que continha imagens que faziam alusão aos skinheads.Nova apresentação
A expectativa do delegado é de que outro acusado, Gabriel de Oliveira Cata Preta, de 18 anos, se apresente á polícia nesta quinta-feira (30). Segundo Pereira, o rapaz telefonou à delegacia, dizendo que pretendia se entregar. "Ele deve ser indiciado e ouvido, mas será liberado em seguida, por causa da legislação eleitoral, que não permite prisões sem flagrante", explicou o delegado.
Cata Preta está foragido desde que foi identificado. Assim que as imagens foram divulgadas, a mãe dele foi à polícia e disse que o filho aparecia nas gravações. O rapaz teria fugido para a cidade de São Paulo, onde o pai dele mora.
Outro acusado identificado é Carlos Rodrigo Túlio Saraiva, de 27 anos, que chegou a ser detido, mas foi liberado porque o pedido de prisão ainda não havia sido expedido pela Justiça.
Motivação
Segundo as autoridades, Lucas Carvalho foi assassinado depois de ter sido confundido com um punk que, há cerca de dois meses, atacou um grupo de skinheads.
A polícia trabalha para identificar outros possíveis integrantes do grupo responsabilizado pelo assassinato. Quem tiver qualquer informação sobre o caso pode ligar para os números 181 e (41) 3218-6100.
Crime
Lucas Carvalho e outros cinco amigos haviam ido ao Shopping Muller no dia 5 de setembro. Por volta das 19h15, o grupo deixou o local, quando passou a ser perseguido por pelo menos dez homens, supostamente skinheads entre os quais os sete que aparecem nas imagens. Eles correram por quatro quadras, até Rua Inácio Lustosa, no São Francisco, quando se separaram.
Carvalho e outro amigo fugiram em direção ao Cemitério Municipal, onde cada um foi para um lado. Os perseguidores alcançaram Carvalho, que foi atingido por cinco facadas quatro no abdome e uma na perna. Os agressores fugiram, levando a carteira e o celular da vítima. Carvalho morreu no hospital.
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