São Paulo Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco, último acusado de envolvimento no assassinato do casal de namorados Liana Friedenbach, 16 anos, e Felipe Caffé, 19, negou os crimes ontem, durante julgamento. As informações são dos advogados e promotores que trabalham no julgamento, que corre em segredo de Justiça. O assassinato do casal ocorreu em 2003 na região de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo.
Segundo Bernardo Campos Carvalho, advogado de Pernambuco indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seu cliente negou que tenha atirado em Felipe e que tenha estuprado Liana. Segundo a defesa do acusado, apontado pela promotoria como o principal suspeito de ser autor do disparo na nuca que matou Caffé, ele teria confessado a autoria do tiro e o estupro a Liana sob forte pressão e tortura cometidos pela polícia.
Carvalho admite que o cliente tem participação no crime, mas garante que o papel dele foi muito menor. "O depoimento dele foi confuso, porque meu cliente é um homem do mato, não acostumado a um plenário, microfone. Queremos que ele seja acusado pelo crime que cometeu. Na tréplica, pretendo apresentar fatos novos que vão mudar os rumos do julgamento", adiantou o advogado. Para o promotor Norberto Jóia, os fatos novos prometidos pela defesa não devem mudar o rumo do caso.
O julgamento começou por volta das 10h30 de ontem, com previsão para durar até a tarde de hoje. Pernambuco deveria ter sido julgado em 20 de julho do ano passado, quando outros três homens foram levados a júri. Na ocasião, Pernambuco recorreu da sentença de pronúncia e teve o julgamento adiado.
Já foram condenados Agnaldo Pires (47 anos e três meses de prisão por estupro), Antônio Matias de Barros (seis anos de reclusão e um ano, nove meses e 15 dias de detenção por seqüestro, porte de arma e favorecimento pessoal) e Antônio Caetano da Silva (124 anos por ter auxiliado no seqüestro e estuprado Liana). Conforme a legislação, o condenado fica, no máximo, 30 anos na prisão.
O rapaz também envolvido no crime e que na época era menor de idade está em uma unidade de saúde da Fundação Casa desde o dia 3 de maio passado, conforme determinação do Departamento de Execuções da Infância e da Juventude do TJ.