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Mariano Torres Ramos Martins havia sido preso na Colônia Penal Agrícola (CPA) de Piraquara por ter cometido três crimes – dois roubos e um porte de armas – dois deles em 2003 e outro em 2005. Depois de fugir da unidade, foi viver nas ruas da Vila Esperança. Ganhava comida de vários moradores do local, além da família de Lavínia. De acordo com o delegado Rogério Martim de Castro, não havia uma busca efetiva do criminoso. Nesses casos de fuga, é divulgado um retrato do preso. Martins vivia em um beco do bairro e alguns dos moradores sabiam que ele havia sido presidiário, mas não que era fugitivo. Depois de quase lincharem Martins na madrugada de domingo, os moradores ficaram ainda mais revoltados com a suspeita da agressão da menina Lavínia, e rasgaram uma fotografia onde o homem aparecia.

Durante o velório da garota, por volta das 19 horas de ontem, vizinhos e familiares resolveram fazer um protesto no local e nas ruas próximas, pedindo justiça e mais segurança. De acordo com o presidente da associação dos moradores, Odair Soares Rodrigues, todos estavam muito indignados e pediam mais ação da polícia na região.

A CPA faz parte do sistema penitenciário do Paraná e possui regime semi-aberto. Os presos a conhecem como "portaria", já que o local virou sinônimo de liberdade antecipada para os detentos que vão para as ruas antes de terminar de cumprir suas penas. Isso é explicado pela péssima estrutura da unidade, pelo incentivo de outros presos e agentes penitenciários e pelo regime semi-aberto.

Cerca de 92% dos fugitivos e evadidos do sistema penitenciário paranaense em 2007 foram provenientes da CPA, segundo dados do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR). Em janeiro e fevereiro deste ano, 254 presos fugiram do local. No mesmo período, a unidade recebeu outros 440. É como se mais da metade dos presos que acabaram de entrar já estivessem novamente nas ruas. Neste período, 27 foram mortos e 41 recapturados.

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