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Começa na próxima segunda-feira (24) o julgamento do caso da morte da funcionária pública Ane Mari Gubert, 52 anos, morta em setembro de 2010 dentro do apartamento em que ela morava no bairro Água Verde, em Curitiba. O marido, Orlando Carlos Genol da Rocha, é o réu no caso e apontado pelo Ministério Público (MP) do Paraná como autor do crime. A tese da defesa, porém, é que a funcionária pública teria se suicidado.

O caso teve repercussão na época da morte da funcionária pública. Uma discussão foi ouvida por vizinhos do apartamento em que eles moravam, na Rua Rio Grande do Sul, no Água Verde. Um forte barulho também foi ouvido na sequência, até que a mulher foi encontrada morta com um tiro na cabeça. Rocha chegou a ser preso na época pela antiga Delegacia de Homicídios de Curitiba, mas conseguiu um habeas corpus e responde à acusação em liberdade.

Brigas

A família da vítima relata que, até o dia da morte de Ane Mari, não desconfiava de qualquer problema enfrentado dentro do relacionamento de onze anos que o casal tinha. Ambos não eram casados oficialmente, mas viviam como marido e mulher, segundo o irmão de Ane Mari, o administrador Marcelo Gubert. "Depois da morte dela, por moradores do prédio ficamos sabendo que eles já brigavam há pelo menos seis meses", diz.

Os familiares, após a morte, descobriram no computador da funcionária pública vários e-mails que ela teria enviado ao marido. Ela relatava que sabia de um relacionamento extraconjugal dele. A família acredita que as discussões tenham ocorrido por causa desse relacionamento e isso pode ter culminado na morte de Ane Mari.

O irmão conta ainda que Ane Mari era uma pessoa muito reservada e que não costumava contar para a família dos problemas, possivelmente por vergonha. Dois meses antes da morte, ela teria falado de desavenças conjugais com o suspeito para a cunhada – esposa do irmão. "Ela estava com medo de falar o que estava acontecendo, porque a família sempre foi muito unida". Os familiares acreditam que Ane Mari sofria violência doméstica.

Segundo o advogado Raphael Taques Pilatti, a acusação vai alegar violência contra a mulher e homicídio doloso. "Houve uma cobrança em relação ao relacionamento extraconjugal e isso provocou a morte dela", diz. A acusação ainda vai se basear em provas periciais que, segundo Pilatti, mostram que a forma como bala atingiu a cabeça de Ane Mari comprovaria o homicídio e não o suicídio.

Defesa alega que foi suicídio

Para o advogado Michel Knolseisen, que atua na defesa Rocha, há provas contundentes de que o homem é inocente e que Ane Mari teria se suicidado. "Nós estamos convictos da inocência dele", diz. Ao contrário do que diz a acusação, para Knolseisen os laudos apontam para um suicídio cometido pela funcionária pública.

Após a soltura mediante habeas corpus, o suspeito permaneceu vivendo em Curitiba e, de acordo com o advogado, cumpre todas as exigências de uma liberdade provisória perante a Justiça. Ele diz que o réu vai apresentar a versão dele sobre o que ocorreu dentro do apartamento em juízo para provar que não houve homicídio, mas o advogado não quis entrar em detalhes sobre a relação entre Ane Mari e o marido.

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