Os 17 réus acusados de integrarem um grupo de extermínio que teria assassinado 23 mulheres em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, ganharam, nesta terça-feira (23), o direito de responder o processo em liberdade.
A Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu, em votação dividida, habeas-corpus ao policial militar Jean Grott, estendendo a decisão aos demais réus por considerar que houve constrangimento ilegal decorrente de excesso de prazo na prisão.
Os 17 acusados tiveram a prisão preventiva decretada em abril de 2002. A previsão era de que parte dos acusados fosse posta em liberdade ainda nesta terça-feira. Alguns deles, no entanto, respondem a outros crimes e devem continuar presos.
A decisão não interfere no julgamento do mérito dos acusados. Os 17 réus serão levados a júri popular, mas não há previsão para que isso ocorra. Histórico
Entre os 17 réus estão policiais e ex-policiais civis e militares, funcionários públicos e comerciantes. Eles são acusados de integrarem um grupo de extermínio que teria sido responsável pelo desaparecimento e assassinato de parte das 23 mulheres e de cinco homens. O grupo comandaria o tráfico de drogas em Almirante Tamandaré e região e parte das vítimas teria sido executada como "queima de arquivo".
A defesa nega a tese e afirma que não há indícios suficientes para incriminar os réus. A investigação, conduzida na época pela delegada Vanessa Alice, não encontrou relação do grupo com parte das mortes, cuja autoria até hoje é desconhecida.