Em depoimento prestado na tarde desta terça-feira (5), Rosana Almeida e Gustavo Wendler negaram, segundo o promotor Otacílio Sacerdote Filho, participação no crime contra um casal de namorados cometido em 2009 - durante uma festa neonazista, no município de Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba. Réus no processo que investiga a morte do casal, os dois foram interrogados pela promotoria e por advogados no Fórum de Campina Grande do Sul.

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Segundo o promotor, Rosana afirmou que nunca teve contato com o economista paulista Ricardo Barollo - acusado de ser o mandante do crime. Já Wendler admitiu que esteve no local do crime, mas desceu do carro para urinar, caiu em uma ribanceira e apenas ouviu os tiros que mataram Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, e a namorada dele, Renata Waechter, 21 anos. Ainda segundo Wendler, a intenção era assustar Pedroso, mas não matá-lo.

Duas testemunhas de defesa de Barollo não compareceram. Os demais acusados - Barollo e outros 3 réus - devem ser ouvidos em nova audiência, que foi marcada para a próxima sexta-feira (8). A promotoria espera que a instrução acabe nesta data.

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A audiência que tinha sido marcada para 9 de julho de 2010 foi suspensa por falta de testemunhas. Essas seis testemunhas já tinham faltado à primeira audiência, que ocorreu em 11 de junho, no Fórum de Campina Grande do Sul.

De acordo com o inquérito, Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Waechter foram mortos em 2009, na saída de uma comemoração em homenagem aos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler. Para a polícia, a disputa pela liderança de um grupo de orientação neonazista foi a motivação para os crimes.

Crime

O assassinato ocorreu em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, no dia 21 de abril de 2009. Além de Barollo, acusado de determinar o assassinato, outras cinco pessoas são acusadas de participação no crime: Rosana Almeida, 22 anos, Jairo Maciel Fischer, 21, Gustavo Wendler, 21, Rodrigo Motta, 19, João Guilherme Correa, 18.

Segundo as investigações, os dois universitários foram atraídos para uma emboscada por Rosana, que afirmou que estava passando mal e pediu carona para voltar para Curitiba. Correa, Motta e Fischer teriam seguido o casal em outro veículo. E quando já estavam retornando para a festa, Wendler (que também estava no carro junto com o casal) pediu que parassem no acostamento e Bernardo e Renata foram obrigados a descer do carro. Os dois universitários foram assassinados com tiros na cabeça por Correa e Fischer –que seguiam no veículo de trás. Logo após o crime, os acusados teriam ligado para Barollo, que estava em São Paulo, afirmando que a "missão" havia sido cumprida e pedindo que um advogado fosse contratado, caso a autoria do assassinato fosse descoberta.

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A polícia apreendeu material de ideologia neonazista com os acusados, em maio de 2009, em São Paulo, Joinville (SC), Laguna (SC) e Teotônia (RS). Foram apreendidos computadores, fotos, pendrives, bandeiras, publicações, e também documentos relativos à criação de um país independente, com constituição e legislação baseada na doutrina nazista.