Os dois adolescentes, de 15 e 18 anos, detidos pelo latrocínio, abuso sexual e ocultação do cadáver da universitária Ana Cláudia Caron, 18 anos, ficarão internados num educandário durante três anos. A medida socioeducativa (equivale à pena aplicada a um adulto) prevê avaliações periódicas a cada seis meses, com o objetivo de descobrir se eles poderão ou não deixar o educandário antes dos três anos. A decisão é da juíza Josiane Ferreira Machado Lima, da comarca de Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba.
A internação de 3 anos, medida máxima prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), foi igualmente aplicada para os dois adolescentes, apesar de o mais velho inocentar o mais novo na morte e na violência sexual. Segundo a defesa do adolescente de 15 anos, ele só teve a intenção de roubar a vítima, embora tenha acompanhado os passos do colega até o fim da ação que resultou na morte de Ana Cláudia.
O empresário Paulo Caron, pai da universitária, disse que não tem muito a falar sobre o resultado do caso, pelo menos sobre a medida aplicada aos adolescentes. "Não posso mudar a lei", disse. Ele informou que vai atuar como assistente de acusação nos processos que correm sobre a morte da filha. "Tenho uma reunião amanhã (hoje) num escritório de advocacia."
Há dois processos sobre a morte da universitária: o que levou à internação dos adolescentes por três anos, nas regras do Estatuto da Criança e do Adolescente, no qual ainda cabe recurso; e uma ação penal contra o suposto traficante, que é acusado de "induzir e instigar" os adolescentes a praticar o crime, por latrocínio e a ocultação de cadáver. Na mesma ação, a namorada de um dos adolescentes é acusada de receptação. A polícia encontrou com ela os pertences de Ana Cláudia.
O advogado Luiz Cláudio Falarz, que defende o adolescente de 15 anos, vai recorrer da decisão. "Com todo o respeito à juíza, a internação máxima não cabe para o meu cliente, porque ele só participou do roubo. Isso foi confirmado pelo outro adolescente. Por isso, vou apelar", afirmou Falarz. Já o advogado do rapaz de 18 anos, Benjamin Pedro Zonato, não foi localizado para comentar o assunto.
O crime
A universitária foi abordada pelos rapazes quando estacionava o carro no dia 21 de agosto deste ano, nas imediações de uma academia de artes marciais, na Rua Paula Gomes, perto do Shopping Müeller, em Curitiba. Ela teria sido levada até o traficante para o qual os adolescentes estariam devendo e depois para um matagal no Jardim Marrocos, em Almirante Tamandaré, onde foi violentada, morta e teve o corpo parcialmente queimado. Dias depois, o carro de Ana Cláudia, um Palio, foi encontrado queimado em Almirante Tamandaré.
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