• Carregando...
Homenagem e indignação pela violência marcaram o enterro de Romanus | Daniel Derevecki / Gazeta do Povo
Homenagem e indignação pela violência marcaram o enterro de Romanus| Foto: Daniel Derevecki / Gazeta do Povo

O corpo do neurocirurgião João Carlos Romanus, 74 anos, foi enterrado ontem, em Curitiba. Ele foi morto na noite de terça-feira quando chegava em casa, na Rua Atílio Bório, no bairro Alto da XV. Abordado por dois rapazes que queriam roubar seu carro, Romanus tentou escapar e acabou baleado. A dupla fugiu com o veículo e foi presa na mesma noite, em Colombo, na região metropolitana.

Um dos acusados de participar do latrocínio (roubo seguido de morte) é um jovem de 17 anos, que foi encaminhado para a Delegacia do Adolescente. Maicon de Lima, 18 anos, está detido na Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo. Ele é apontado como autor dos disparos que vitimaram o médico. Segundo a polícia, os dois detidos estavam em casa e foram encontrados a partir de informações de outro adolescente que estava com eles momentos antes do crime.

Essa foi a segunda vez que Romanus ficou de frente com bandidos. Há cinco anos ele teve o carro roubado ao ser abordado por dois homens armados na Rua Vicente Machado, no Cen­tro de Curitiba. Na noite em que foi morto, o neurocirurgião tinha acabado de sair do Instituto de Medicina e Cirurgia do Paraná (IMCP), onde ficou até 21 horas para visitar um de seus pacientes.

Homenagem

O velório e o enterro do corpo de Romanus aconteceram no Cemitério Luterano, no bairro Alto da Glória. Estiveram presentes familiares, amigos, médicos e pacientes. O clima era de indignação pela violência e lamentação. O ortopedista Mohty Domit Filho, que foi aluno do neurocirurgião na Faculdade Evangélica, ressaltou a dedicação de Ro­­manus com os pacientes. "O que mais vai ficar na nossa me­­mória é o cuidado que ele tinha com os pacientes", disse.

Para o médico Artur Kummer Junior, Romanus sempre demonstrou muita competência. "Ele fazia qualquer cirurgia neurológica. Era uma pessoa muito compenetrada no trabalho, sério", conta Kummer Junior, que trabalhou com Romanus por cerca de dez anos.

Para a assistente de administração Leira Ribeiro de Campos, 25 anos, Romanus foi mais que um médico e amigo. "Foi um pai, um avô, nosso anjo da guarda", afirma. O médico salvou a vida de Leira ao descobrir que ela tinha um tumor no pescoço. "Eu fiquei quatro dias na UTI e ele não saiu de lá nesse tempo", lembra.

Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com especialização feita na Ale­manha, Romanus era membro titular da Sociedade Brasileira de Neurologia e da Sociedade Paranaense de Neurologia. Em Curitiba, trabalhou nos hospitais Evangélico, Cruz Vermelha e IMCP. Deixa esposa e três filhos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]