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violência

Acusados por morte de Bernardo podem ser julgados este ano, diz promotora

Os acusados pela morte do menino Bernardo Boldrini, que completa um ano neste sábado (4), ainda não têm data para ir a julgamento no Rio Grande do Sul. O garoto foi morto aos 11 anos no município de Frederico Westphalen (a 422 km de Porto Alegre), e o corpo foi escondido em um matagal.

A promotora Sílvia Jappe, responsável pela acusação, diz, no entanto, que o desfecho “tende a não demorar” porque o processo envolve réus presos. Respondem na Justiça o pai de Bernardo, Leandro, a madrasta, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e o irmão dela, Evandro Wirganovicz.

Os quatro estão presos desde o ano passado. O Ministério Público acusa Graciele de ter matado o garoto com uma injeção do sedativo midazolam com a ajuda de Edelvânia. A Promotoria afirma que Leandro não estava na cena do crime, mas foi o “mentor” e “incentivador”.

Uma motivação apontada pela acusação era a herança deixada pela mãe de Bernardo, Odilaine, que morreu em 2010. Evandro, diz o Ministério Público, contribuiu para o crime ao abrir a cova no matagal dois dias antes da morte. Até agora, em quase 11 meses de instrução na Justiça, já foram ouvidas 25 testemunhas de acusação e 27 de defesa.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, ainda faltam duas pendências para encerrar a fase da tramitação que antecede o interrogatório dos réus. A etapa só será concluída em maio, quando uma testemunha arrolada pela defesa de Graciele depuser em Roraima. Depois que os réus forem ouvidos, as defesas e a acusação apresentarão suas alegações. Só então, o juiz responsável definirá se o caso irá a júri popular.

“Se não houver um recurso para essa decisão [sobre o júri popular], é possível que o julgamento seja realizado ainda neste ano”, afirma a promotora à reportagem. Segundo ela, os testemunhos da fase de instrução corroboram o que havia sido apontado pelo Ministério Público em relação à participação do pai no crime e à motivação do assassinato.

Outro lado

Na semana passada, a defesa de Edelvânia divulgou um vídeo em que ela aparece mudando sua versão sobre o crime. Na época da morte, ela confessou à polícia o homicídio e disse que recebeu dinheiro para participar do assassinato.

Agora, na gravação, Edelvânia diz que Graciele, sozinha, deu comprimidos a Bernardo. Também argumentou que ajudou a esconder o corpo porque sofreu ameaças. Ela sustenta que o irmão, Evandro, não teve nenhuma participação no caso. A defesa dele nega qualquer envolvimento.

Leandro Boldrini também nega desde a época do crime ter tido qualquer participação na morte. Graciele, ao depor na investigação, disse que a morte foi acidental. Contou que deu calmantes ao garoto porque ele estava agitado e que escondeu o cadáver por desespero.

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