Os três investigadores da Polícia Civil e o filho de um deles acusados de matar um preso da Delegacia de Porto Seguro, na Bahia, no último sábado, exigiam que a vítima confessasse algum crime. É o que disse Evy Paternostro, delegado titular da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior de Eunápolis, onde as investigações acontecem.

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Otávio Garcia Gomes, de 43 anos, Joaquim Pinto Neto, de 42, Robertson Lino Gomes da Costa, 44, além de Murilo Bouson de Souza Costa, 22, filho de Robertson tiveram mandato de prisão preventiva decretado ontem. Os policiais, que estavam de folga na noite do crime, teriam agredido Ricardo Santos Dias, de 21 anos, até a morte dentro da carceragem do DP.

Paternostro disse que um dos policiais estava de férias e os outros dois não trabalhavam no último final de semana quando chegaram à delegacia. "Em depoimentos, os investigadores de plantão contam que os três policiais e o menino (filho de um dos agentes), pediram que o preso fosse entregue a eles. Eles levaram o homem para a sala de investigação", diz Paternostro.

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O acusados foram flagrados pelas câmeras de segurança do DP. Segundo Paternostro, os quatro homens entraram na delegacia às 22h32, após descerem de um carro. O delegado conta que Ricardo Santos Dias havia sido detido na manhã do sábado, na região de Mercado do Povo, em Porto Seguro. Dias foi autuado por tráfico de drogas e porte de arma.

Paternostro conta que, segundo depoimentos, o grupo pedia que a vítima confessasse algum crime. "Eles queriam que ele confessasse algum crime, mas só teremos certeza sobre o que aconteceu dentro da sala depois que interrogarmos os investigados."

As imagens registram a saída do grupo às 0h21, quando dois deles levam o corpo do rapaz, já desacordado. Eles alegaram que o levariam para um hospital. Dias foi socorrido em uma unidade de saúde da região. "Conforme o laudo do hospital, ele já chegou morto", diz Paternostro.

A polícia ainda não sabe dizer o que teria envolvido Murilo Bouson de Souza Costa, de 22 anos, filho de Robertson Lino Gomes da Costa, de 44, no crime. Os investigadores que permitiram que os acusados tivessem acesso ao preso serão investigados. "Em depoimentos eles afirmam que bateram na porta da sala e pediram para que parassem de bater no homem, mas porque nenhuma outra medida, uma mais eficaz, foi tomada?" indaga.

Na procura pelos acusados estão envolvidos o Departamento de Investigação Policial (Dip) e a Coordenadoria de Operações Especiais (Coe), além da Polícia Civil da Bahia. Além de descobrir a localização dos suspeitos, a polícia busca o que teria motivado o crime.

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