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crédito estudantil

Adesão ao Fies acaba hoje; índice de inscritos deve ser 60% menor

Os irmãos Ana Paula e Paulo não conseguiram fazer o financiamento e estão prestes a ter de trancar o curso na universidade. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Os irmãos Ana Paula e Paulo não conseguiram fazer o financiamento e estão prestes a ter de trancar o curso na universidade. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Encerra à meia-noite desta quinta-feira (30) o prazo para estudantes universitários solicitarem o financiamento ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) pela primeira vez. Faltando menos de 24 horas para concluir o cadastro e encaminhar a documentação às Instituições de Ensino Superior (IES), muitos estudantes não conseguem concluir o cadastro devido a entraves do SisFies, sistema informatizado do fundo.

De acordo com boletim divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), até a noite de terça-feira (28) foram firmados 249,3 mil novos contratos. Em 2014, foram 732 mil. É a primeira vez, desde 2010, que há redução no número de novas adesões.

O impacto das restrições do governo federal ao Fies – exigência de que o candidato tenha obtido no mínimo 450 pontos no Enem e nota superior a zero na redação e limitação do número de vagas ofertadas conforme avaliação dos cursos superiores – já pode ser percebido por universidade e faculdades do Paraná.

Na Unicuritiba, até a quarta-feira (29) pela manhã haviam sido finalizados 23 novos financiamentos. No primeiro semestre de 2014, foram 229; no mesmo período de 2013, 219. Uma redução de quase 90%. Na PUC-PR, a média verificada em anos anteriores era de 600 novos contratos; dessa vez, até esta quarta-feira haviam sido concluídos 500.

A Faculdade Dom Bosco, por sua vez, confirmou que vários alunos estão com problemas para concluir seus cadastros e tiveram de refazer a inscrição para corrigir valores. Até o momento, foram finalizados cerca de 200 contratos, outras 450 solicitações estão pendentes. Conforme a gerente financeira, Inês da Silva, a instituição agora busca estratégias, como o parcelamento, para não perder os alunos que não conseguirem o Fies.

A reportagem entrou em contato também com a Universidade Positivo, a Unibrasil, a FAE, Uninter e Opet. As instituições afirmaram não possuir o número de novos contratos firmados até o momento e alegaram que os possíveis prejuízos serão avaliados nos próximos dias.

A estimativa, de acordo com o Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), era de que fossem feitas 450 mil solicitações de novos contratos de financiamento nessa edição do programa em todo o Brasil. “Cerca de 200 mil alunos não devem conseguir o financiamento. Ainda não podemos prever quantos alunos recém matriculados irão cancelar suas matrículas por não conseguir o Fies. As universidades estão mantendo os alunos inadimplentes por enquanto, mas em dado momento a situação vai ficar insustentável”, avalia Jacir Venturi, presidente do Sinepe-PR.

Segundo Venturi, o processo de cadastramento adotado pelo Fies nessa edição gerou muita insegurança também para as instituições de ensino, uma vez que havia um planejamento financeiro e administrativo considerando a adesão ao Fies e não havia certeza de quantas novas vagas seriam efetivamente oferecidas.

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