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Litoral

Adiada reunião sobre maus-tratos em Paranaguá

Um atraso de 25 minutos impediu ontem a realização da segunda reunião da comissão de sindicância aberta pela prefeitura de Paranaguá para investigar as denúncias de agressão e maus-tratos a moradores de rua da cidade. Convidado a participar do encontro, o padre Adelir Antônio de Carli foi embora depois de esperar por quase meia hora a chegada do presidente da comissão, o vice-prefeito Antônio Ricardo dos Santos.

"A reunião foi marcada para as 15 horas e estávamos todos lá, menos o presidente. Quando deu 15h25, agradeci a pontualidade dos que estavam presentes e fui embora porque tinha outros compromissos", disse o padre, que foi o primeiro a denunciar a violência que teria sido praticada por guardas municipais de Paranaguá em reportagem da Gazeta do Povo no dia 23 de abril.

Santos garante ter chegado à prefeitura exatamente às 15h25. "Estava em Curitiba resolvendo problemas particulares e liguei avisando que atrasaria uns 20 minutos. Lamento isso porque na verdade todos têm seus compromissos, mas só o padre Adelir não esperou", defendeu-se. "Acho que ele, como presidente da comissão, deveria respeitar o horário", rebate o religioso, que é o coordenador da Pastoral Rodoviária em Paranaguá. Sem a presença do padre Adelir, a reunião perdeu o sentido, segundo Santos. "Íamos começar tudo com o depoimento dele", diz.

O padre acusa o vice-prefeito de obstruir a investigação da comissão, formada no dia 25 de abril e que até agora realizou apenas uma reunião, na terça-feira da semana passada. "Acho que essa comissão não vai dar em nada porque o próprio presidente nega o tempo todo a existência dos fatos. Tem gente muito séria lá dentro, mas a presidência está nas mãos dos acusados (a prefeitura)", dispara o padre Adelir, que confia nas investigações do Ministério Público Estadual.

A comissão é formada por integrantes da prefeitura, Câmara de Vereadores, Ordem dos Advogados do Brasil, Diocese de Paranaguá e Associação dos Ministros Evangélicos. "Estamos tentando fazer uma investigação e o primeiro passo é ouvir quem fez as denúncias", rebate Santos, que promete convocar o religioso novamente. Uma nova reunião foi agendada para a próxima segunda-feira, às 8h30.

Vereadores

A Câmara Municipal de Paranaguá abriu uma Comissão Especial de Inquérito para investigar a denúncia. O requerimento com quatro assinaturas, conforme determina o regimento interno da casa, foi apresentado e aceito na quinta-feira da semana passada. Assinaram o documento os vereadores Nélio Valente Costa (que pediu a abertura da CEI), Alceu Maron Filho e Arnaldo Maranhão, todos do PMDB e da bancada de oposição, além de Sandra do Dorinho (PTB).

O presidente da Câmara, Rudolf Amatuzzi Franco (PTB), indicou para compor a comissão, além de Costa, os vereadores Pastor Cleodinor (PTB), que assinou e depois retirou o apoio à abertura da CEI, e Leite Júnior (PPS), que já havia se manifestado contra a comissão. "Hoje devemos definir quem ocupará a relatoria e a presidência, e assim poderemos iniciar os trabalhos", afirma Costa, que articula apoio para ser o relator da CEI. O primeiro a ser ouvido pela comissão deve ser o padre Adelir.

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