A prefeitura de Curitiba já garantiu neste ano uma economia de R$ 1 milhão com a manutenção de praças e jardins, graças ao projeto que permite a adoção de espaços públicos pela iniciativa privada. O valor representa 15% do orçamento municipal para manutenção de parques, praças, canteiros e logradouros públicos. Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, o dinheiro economizado deverá ser usado na manutenção e conservação de outras áreas de lazer localizadas na periferia, que não possuem muitos atrativos e têm menor visibilidade.
A economia poderá custear, por exemplo, a construção de 20 jardinetes localizados nos bairros, ao custo de R$ 50 mil cada. O valor também seria suficiente para a implantação de sete espaços como a Praça Moradias Boici, localizada no bairro Alto Boqueirão.
Adoção
Por meio dos convênios com a prefeitura, as empresas que adotam um espaço público comprometem-se com a conservação e manutenção de cada um deles. Em troca, recebem a autorização para divulgar a marca no local e vincular a imagem da empresa com a do espaço patrocinado em materiais publicitários.
Até agora, a parceria de maior porte no município foi firmada com O Boticário, que fará reformas no Jardim Botânico. De acordo com o fundador e presidente do Conselho de Administração da empresa, Miguel Krigsner, a adoção do parque ocorreu pela forte ligação da companhia com o meio ambiente. "O Jardim Botânico é um cartão-postal paranaense que tem ligação com o meio ambiente e com a beleza. A iniciativa de patrocinar um espaço assim se identifica com o posicionamento de nossa marca", avalia.
Somente este convênio, anunciado no último dia 14, trará uma economia de quase R$ 700 mil por ano ao município. No entanto, o secretário de Meio Ambiente afirma que, mais do que a vantagem financeira, as parcerias, que começaram a ser firmadas em 2006, têm como objetivo sensibilizar as empresas e a população para a participação na conservação dos espaços públicos. O Colégio Bom Jesus, que mantém a Praça da Polônia, no bairro Cristo Rei, foi um dos primeiros parceiros neste tipo de projeto. Um dos gestores do colégio, José Evair Motta Filho, avalia a iniciativa como extremamente positiva. "Deu muito certo. Se todo mundo trabalha junto, o ganho também é para todos", diz. Ele destaca que a praça é usada em atividades pelos alunos, contribuindo para um maior contato com a comunidade e um aprendizado que ultrapassa a sala de aula. "Além de contribuir para a beleza da cidade e adquirir zelo pela coisa pública, a intenção era que os alunos desenvolvessem um aprendizado diferente, servindo como um pequeno laboratório para aulas de História e Educação Ambiental, por exemplo."
Além desses espaços, a Praça Odilon Meder, no bairro Mercês, é mantida pela Brasil Telecom e os três relógios públicos do centro (Praça Osório, Rua XV de Novembro e Relógio das Flores) foram recuperados e são mantidos pela GVT.
Ainda de acordo com Andreguetto, novos espaços podem vir a ser adotados nos próximos meses, como o Parque Barigui e a Praça Carlos Gomes. Ele diz que as empresas interessadas em manter qualquer espaço público, como praças, parques, jardinetes e até canteiros, devem entram em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para que seja aberto um edital de licitação.
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Interatividade
A prefeitura age certo ao transferir a manutenção de parques e praças à iniciativa privada?
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