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O pedreiro Carlos de Jesus Oliveira, 50 anos, não poderia imaginar que o vizinho a quem ajudara seria o algoz de seu filho caçula, de 13 anos. O garoto Rodrigo de Araújo Oliveira foi assassinado com 11 facadas, na tarde de quarta-feira. Segundo a polícia, o autor do crime, que usava uma identidade falsa com o nome de Elias Carlos da Silva e tem o apelido de "Ceará", está desaparecido (leia matéria abaixo). "Na boa fé, dei espaço para ele (Ceará). Não se pode chamar de gente uma pessoa que faz uma coisa dessas", revolta-se o pai.

Oliveira foi procurado por Ceará, a quem conhecia da vizinhança, há cerca de dez dias. "Ele chegou desesperado e pedindo ajuda. Tinha brigado com a mulher", conta o pedreiro. Solidarizado, Oliveira passou a dividir com ele a casa de três cômodos (onde antes morava sozinho), localizada nos fundos de uma panificadora na Rua Rubens Padilha Mendes, no bairro Cajuru, em Curitiba. Ceará contava que tinha vindo da Paraíba e trabalhava numa loja de uma rede de fast food, no bairro Jardim Botânico.

No último domingo, Rodrigo chegou à casa do pai para passar alguns dias. Foi quando conheceu Ceará. "De lá para cá, eles ficaram superamigos. Ele (Ceará) disse que ajudaria o Rodrigo a conseguir um emprego onde trabalhava. O menino ficou entusiasmado para descolar uns trocos", lembra o pai. No dia em que foi morto, Rodrigo passou na casa da mãe, no bairro Uberaba, e, por volta das 11 horas, foi até o trabalho do pai para pedir dinheiro para ir a uma entrevista de emprego. Rodrigo falou que antes passaria em casa para trocar a roupa.

Perto das 17h30, Oliveira voltou para casa e encontrou a porta fechada. "Deduzi que o menino tinha ido para entrevista e estava com as chaves. Fui até a rua para aguardar", conta o pai. Cerca de duas horas depois, o pedreiro foi chamado por um vizinho – água misturada com sangue escoava pela fresta da porta de sua casa. Um vidro foi quebrado e Oliveira viu o filho morto no chão. O corpo de Rodrigo foi enterrado na tarde de ontem no Cemitério do Bonfim, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. "Estou arrasado. Agora tenho de confiar na Justiça e entregar nas mãos de Deus", desabafa o pai.

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