Capa da edição de 25 de agosto de 1997| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Você sabe quais eram as manchetes dos jornais no dia de seu nascimento? O que acontecia pelo mundo de mais importante; qual era a cotação do dólar ou como andava a política externa do país?

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Nicholas Heck Kruger, 18 anos, pôde resgatar acontecimentos passados que embora não pareçam ter a ver com ele, já que em 25 de agosto de 1997 tinha apenas um dia de vida, fazem parte da história de um país e de uma cidade que também são seus. A “viagem ao passado” ocorreu dia desses quando, seguindo orientações expressas contidas em um pacote reforçado, finalmente pôde abrir um presente guardado desde o seu nascimento: um exemplar da Gazeta do Povo.

As páginas antigas, amareladas, informavam em que pé estava o mundo quando Nicholas chegou a ele: o Coritiba havia goleado por 4 a 2 o Bragantino, clube paulista que na época figurava entre os times da Série A do Brasileirão; enquanto isso, Fernando Henrique Cardoso, então presidente do Brasil, fazia coro junto a Carlos Menem, presidente argentino, para pedir mais vagas para a América Latina no Conselho de Segurança da ONU; no universo da educação, a grande novidade eram as aulas de videoconferências lançadas pela Universidade Federal de Santa Catarina – outros tempos.

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“O que mais me chamou a atenção foram as notícias de economia e política. O preço do grama de ouro estava R$ 11 e hoje é superior a R$ 100. Foi legal saber quais foram os acontecimentos do dia em que eu nasci, é diferente de aprender História. Também fiquei curioso pelo jornal em si, porque hoje acompanho as notícias praticamente só pela internet”, contou Nicholas.

Para marcar a história

A ideia de embrulhar um exemplar da Gazeta do Povo e guardá-lo por 18 anos, até que o adolescente tivesse maturidade para entender o presente e as surpresas guardadas em um jornal antigo, foi de Amaury Antonio da Silva, 50 anos, amigo próximo dos pais de Nicholas e responsável direto pela união do casal. Ele conta que acompanhou o drama dos amigos quando, logo após o nascimento, Nicholas sofreu uma hemorragia interna e precisou ser internado na UTI.

“Compartilhamos aquela aflição de ter um filho recém-nascido na UTI e então eu pensei de que forma poderia marcar essa data, no que poderia guardar para a história do Nicholas se ele vencesse aquela luta. Aí me ocorreu guardar um exemplar do jornal do dia, para ele um dia saber como estava Curitiba e o país quando ele mesmo chegou ao mundo”, explicou Amaury.

Memória afetiva

Quando o conteúdo do misterioso pacote foi revelado, a surpresa foi geral – principalmente pelo aspecto afetivo do presente. “Achamos bem interessante porque ele pôde saber como era na época em que ele nasceu não por relatos, mas por notícias. Para nós também foi legal, pois as lembranças daquele período são pessoais – o nascimento do nosso primeiro filho, o hospital. Nós também pudemos lembrar como estava o mundo numa época tão importante para a gente”, explicou Claudia Krüger, mãe de Nicholas.

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