Adolescente que denunciou possível execução por seguranças ainda não prestou depoimento

O adolescente de 15 anos que denunciou seis seguranças de uma loja do bairro Portão como supostos responsáveis pela morte de dois rapazes ainda não foi ouvido pela Delegacia de Homicídios (DH), informou o delegado Rubens Recalcatti, nesta terça-feira (23). O jovem teria participado de um furto ao estabelecimento junto com as vítimas, na madrugada do último sábado (20). Os corpos dos dois rapazes foram encontrados próximos ao Aterro da Caximba. A polícia, porém, não informou por que o menino ainda não prestou depoimento oficialmente.

O adolescente disse à família de Harisson Tibério de Souza Gama, 20 anos, e de Ewerton Willian Almeida, 18 anos, que os vigilantes chegaram em dois carros e duas motos e atiraram contra os rapazes. O grupo havia furtado a loja de eletrodomésticos pouco antes da chegada dos seguranças. O menor disse ainda que teria visto os dois rapazes serem pegos ainda vivos pelos seguranças, antes de serem colocados dentro de um carro.

Um representante da empresa de segurança compareceu à delegacia e negou que os funcionários tenham atirado contra os jovens. À reportagem da Gazeta do Povo, no último domingo (21), a empresa afirmou que as equipes não trabalham com armas de fogo e os vigilantes não chegaram a encontrar o trio responsável pelo furto.

Os seguranças também não prestaram depoimento, conforme o delegado. "Nós já ouvimos o responsável pela loja, que explicou que o alarme é monitorado à distância, e vamos ouvir os vigilantes nos próximos dias para apurar se há envolvimento deles nesse caso", afirmou Recalcatti.

Os jovens mortos eram usuários de drogas e já tinham praticado outros furtos, de acordo com a Delegacia de Homicídios. "Também temos a informação de que eles tinham bebido antes de praticar o crime", relatou. Gama foi encontrado na manhã de sábado e Almeida na manhã de domingo. Os corpos estavam a aproximadamente 700 metros um do outro, no Aterro do Caximba.

Segundo o delegado, o adolescente era o responsável por vigiar a rua, enquanto os dois maiores furtavam a loja. Eles teriam invadido o estabelecimento pelo forro e apanhado eletrônicos, que foram envoltos em uma blusa de lã. A blusa, com os itens furtados, foi encontrada nas proximidades da loja.