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Adolescentes de Curitiba, estudantes do ensino fundamental, são as que mais fumam de acordo com uma comparação feita pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), divulgada nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro. O estudo foi feito em 14 capitais brasileiras e abrange estudantes da mesma idade. Porto Alegre (RS) aparece junto com a capital paranaense na semelhança de dados. As informações estão no site da Agência Brasil e são da repórter Thaís Leitão.

A pesquisa faz parte do Sistema de Vigilância de Tabagismo em Escolares, promovido pela Organização Mundial de Saúde, pela Organização Pan-americana de Saúde e pelo Center for Disease Control and Prevention (Centro para Prevenção e Controle de Doenças), dos Estados Unidos. O objetivo é monitorar, por meio de perguntas repetidas, a freqüência do tabagismo entre estudantes de 13 a 15 anos. O estudo foi desenvolvido em 2004 e 2005 e foram entrevistados mais de dois mil alunos.

Conforme as informações divulgadas, as mulheres estão fumando mais do que os homens no país. Segundo a chefe de epidemiologia do Inca, Liz Almeida, que coordenou o estudo. Em entrevista à Agência Brasil, Liz disse que as regiões sul e sudeste do Brasil estão seguindo a tendência mundial, especialmente dos países desenvolvidos, de as mulheres ultrapassarem os homens nesta tendência de comportamento. De acordo com ela, há cerca de 20 anos essa situação era diferente no Brasil e os meninos lideravam o ranking de fumantes.

Liz Almeida destacou a preocupação em torno do aumento do número de mulheres fumantes. Segundo ela, a dependência do tabaco no público feminino é mais grave. "As crianças de mães fumantes podem nascer com sérios prejuízos, como baixo peso e maior tendência a infecções respiratórias, entre elas asma e bronquite. Além disso, há maior risco de aborto. Também são maiores os riscos de câncer de pulmão em mulheres", afirmou a coordenadora da pesquisa.

A prática familiar também parece influenciar o fumo entre os jovens. 37,2% vivem em casas onde outras pessoas fumam em sua presença e 39,2% têm um ou dois dos pais fumantes. Além disso, 19,3% dizem que o local onde fumam com mais freqüência é a própria casa.

Falhas na legislação

A pesquisa mostra ainda que existem falhas falhas no cumprimento da lei que proíbe a venda de cigarros a menores de 18 anos. Dos entrevistados durante a pesquisa, 44% dos estudantes entre 13 e 15 anos compram o artigo em lojas e 88% deles nunca foram impedidos de adquirí-lo em virtude da idade.

Escolas privadas

Proporcionalmente, há mais fumantes regulares entre os alunos da rede privada de ensino. Enquanto nas escolas públicas, 1,6% dos alunos fuma regularmente, nas particulares essa taxa é de 3%. Segundo o critério para adultos da Organização Mundial de Saúde (OMS), são fumantes regulares aqueles que fumaram pelo menos 100 cigarros durante a vida.

Além disso, 88% dos alunos de escolas públicas demonstraram interesse em parar de utilizar o tabaco, contra 49% dos alunos das escolas privadas.

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