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Operação apreendeu quatro caminhões de leite que tinham como destino cooperativa paranaense | Ricardo Duarte/Agência RBS_Folhapress
Operação apreendeu quatro caminhões de leite que tinham como destino cooperativa paranaense| Foto: Ricardo Duarte/Agência RBS_Folhapress

Uma força-tarefa de policiais, promotores de Justiça e funcionários do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) prendeu ontem quatro envolvidos com mais dois núcleos de fraudadores de leite no Rio Grande do Sul durante a segunda etapa da Operação Leite Compen$ado.

Durante a ação, houve a apreensão de quatro caminhões utilizados para transporte de leite, de notas fiscais que comprovariam a compra de ureia e de planilhas com dados do suposto esquema. O produto tinha como destino a Confepar, uma união de cooperativas agropecuárias do Norte do Paraná, que também está sendo investigada. A Confepar comerializa as marcas de leite longa vida Cativa e Polly.

De acordo com a promotoria, o veterinário Daniel Riet Villanova, já recolhido no Presídio Estadual de Espumoso desde a primeira fase da operação, seria o o elo entre os transportadores que captavam o leite cru no Rio Grande do Sul e a Confepar.

Segundo o promotor de Justiça Mauro Rockenbach, desde fevereiro deste ano a empresa paranaense estava ciente de que o leite cru recebido dos postos de resfriamento no Rio Grande do Sul, nos quais houve detecção de formol, não deveria ser utilizado na produção de leite UHT e pasteurizado.

Outro lado

O presidente da Confepar, Renato José Beleze, nega qualquer envolvimento no esquema da fraude. "O nosso leite é produzido com uma qualidade perfeita. As nossas análises são realizadas todos os dias e nunca detectaram adulteração. Também as análises realizadas pelo Ministério da Agricultura depois da primeira operação não deram problema nenhum", afirma.

Segundo Beleze, não há leite do Rio Grande do Sul comercializado em território paranaense. "O leite vendido no Paraná é produzido no Paraná. Só a Coopeleite [uma das filiadas da Confepar] compra dos produtores do Rio Grande do Sul e comercializa no Rio Grande do Sul". Paulo César Garcia Rosado, advogado de Villanova, argumenta que seu cliente não tinha a obrigação de fazer as análises do leite.

Os novos suspeitos detidos ontem são vinculados a esquemas de adição de água e ureia ao leite comprado de produtores rurais nas cidades de Rondinha e Horizontina, no Noroeste gaúcho, para revender à indústria de beneficiamento do produto. Outros sete estão presos desde 8 de maio por esquemas semelhantes em Ibirubá e Guaporé.

Na segunda fase da operação, dois empresários do transporte de leite e um funcionário foram detidos em Rondinha. Em Horizontina, um empresário e vereador foi preso na noite de terça-feira. A promotoria diz ter indícios de que ele planejava deixar o país.

Um transportador de Boa Vista do Buricá teve o pedido de prisão negado pela Justiça – com ele foi encontrada uma anotação com a suposta fórmula usada para adulteração do leite.

A adulteração do leite é enquadrada como crime de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos alimentícios, que prevê pena de quatro a oito anos de prisão.

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