Deputado pretende investigar existência de máfia
O presidente da Comissão de Saúde da Assembléia, o deputado Ney Leprevost (PP), disse que pretende investigar a suspeita de que uma "máfia dos remédios" atua no Paraná.Leia reportagem completa.
Os deputados estaduais que integram a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do Paraná ouviram nesta quarta-feira o depoimento da advogada Ivone Ranzolin. Ela teria entrado pelo menos 50 pedidos de liminares contra a Secretaria Estadual da Saúde para conseguir a liberação de um mesmo remédio excepcional.
A advogada foi ouvida depois que o governador Roberto Requião (PMDB) suspeitou da ação de uma "máfia dos remédios" que estaria atuando no Paraná. Uma das suposições é de que advogados e laboratórios estariam se unindo para tentar fazer com que o estado gaste mais na compra de medicamentos caros. Na semana passada, Ivone foi apontada pelos deputados como suspeita de integrar esta "máfia".
Ivone, entretanto, deu uma explicação simples e plausível: ela representa, como advogada, a Associação Paranaense de Portadores de Doenças Reumáticas. "Nós temos casos de pacientes que estão precisando de medicamento por risco de vida e nós estamos tendo dificuldade em conseguir", disse a advogada. Depois da explicação, a sessão na Assembléia, segundo reportagem do Paraná TV, virou praticamente um pedido de desculpas.
Após a sessão, os deputados chegaram à conclusão de que a advogada não faz parte da suposta "máfia dos medicamentos". "Se houvesse máfia, a senhora seria a principal suspeita", afirmou o presidente da comissão, deputado Ney Leprevost (PP). "E hoje eu vi que a senhora certamente não é mafiosa", disse.
O excesso de liminares, que levantou a suspeita de Requião sobre a atuação de uma suposta máfia, foi uma das justificativas dadas pelo governo do estado para a crise dos medicamentos.
Enquanto não aparecem comprovações da existência desta "máfia", citada por Requião, os pacientes - que precisam e não conseguem ter acesso aos remédios de alto custo - recorrem à justiça para garantir o fornecimento do medicamento. É o caso da auxiliar de enfermagem Cláudia Caim que tem câncer. Ela conseguiu uma liminar no mês de maio que lhe garante o recebimento de um remédio que custa R$ 8 mil.
Mesmo com a decisão judicial na mão, Cláudia ainda não conseguiu o medicamento. "Eu ainda acho que lutar contra o câncer é mais fácil do que lutar contra esta burocracia do estado", disse.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião