A advogada Sílvia Leontina Moro Pires, 52 anos, foi presa ontem por corrupção ativa, no Bairro Alto, em Curitiba. Ela é acusada de oferecer R$ 5 mil a policiais militares para soltar um cliente suspeito de tráfico de drogas. Na mesma ação foi preso outro homem, por porte ilegal de munição balas de revólver calibre 38. Segundo a Polícia Militar, a conversa da advogada, tentando corromper policiais da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone), foi gravada por um telefone celular. Apesar de não entregar o dinheiro, Sílvia foi presa em flagrante, pois para caracterizar o crime de corrupção já é suficiente apenas a oferta a servidor público de vantagem indevida em troca de algo. A pena é de 1 a 8 anos.
Sílvia Pires negou a acusação, apesar da gravação. "Eu não ofereci nada para os policiais. É só isso que tenho a falar", afirmou. Ela contou que foi até o local para atender um dos homens que estava sendo preso. "O Maurício Silva se tornou meu cliente porque teve problema com um cartão bancário de uma agência de Foz do Iguaçu. Ele me procurou para verificar se era possível receber o cartão aqui", explicou. A advogada justificou que foi chamada por isso e porque é conhecida no Bairro Alto, onde mora e tem escritório.
A Rone prendeu Maurício Teixeira da Silva, 31 anos, com uma bucha de maconha e cerca de R$ 3 mil em dinheiro, por volta das 10 horas, após receber uma denúncia anônima sobre um ponto de venda de droga perto do Colégio Estadual Cecília Meireles, no Bairro Alto. A polícia levantou a suspeita de tráfico após descobrir que Silva já tinha sido condenado pelo mesmo delito.
Já a prisão da advogada ocorreu, segundo o 2.º-tenente Carlos Peres, porque ela chegou ao local no momento em que era feito o boletim de ocorrência, já falando em fazer um acerto. "Ela apareceu e ofereceu o dinheiro, R$ 5 mil, para liberar os detidos. A advogada chegou a dizer que arrumaria mais um pouco depois", disse o tenente.
Maurício Silva diz que é inocente. "Fui preso com três gramas de maconha porque sou viciado, não um traficante. O dinheiro que a polícia encontrou comigo, os cerca de R$ 3 mil, eu recebi há dois meses. Eu tenho um bar e também vendo roupas. Tenho até uma vendedora", disse ele. O outro homem, preso com as balas de revólver, afirmou que apenas dormia na casa onde foi encontrada a munição. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção Curitiba, informou que está acompanhando o caso da sua filiada. Sílvia deve responder a processo disciplinar.
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