O advogado criminalista Cláudio Dalledone Júnior, que defende o colega Roberto Bertholdo, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira, que pretende entrar com pedido de habeas-corpus na próxima segunda-feira.

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Bertholdo, preso desde o início do mês, é processado na Justiça Federal pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e escuta telefônica clandestina do telefone do gabinete do juiz federal Sérgio Moro, titular da Vara de Lavagem de Dinheiro de Curitiba.

De acordo com a reportagem publicada na edição deste sábado da Gazeta do Povo, Dalledone Júnior anunciou que está defendendo o colega e que o seu cliente "é inocente, vítima de uma manobra de extorsão milionária, no valor de US$ 1 milhão, feita por advogados. Não vou revelar os nomes porque o processo está sob segredo de Justiça", afirmou.

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Dalledone disse ainda que um dos motivos do seu cliente estar preso é porque o ex-deputado Tony Garcia, que já foi cliente de Bertholdo, fez um acordo de delação premiada, sendo esse o motivo da investigação sobre a suposta compra de uma liminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que beneficiou o político por mais de dois anos.

A decisão trancou temporariamente o processo criminal que Garcia responde por supostamente se beneficiar da gestão fraudulenta do Consórcio Nacional Garibaldi, que fechou e causou prejuízos a clientes.

Dalledone comentou alguns pontos do interrogatório de Betholdo, feito na segunda-feira. "Quero repudiar esse interrogatório, como o momento em que o meu cliente foi chamado de Saddan Hussein pelo juiz. Em nenhum momento, ele afirmou que o deputado federal José Janene era o autor do grampo contra o juiz federal".

O advogado questionou ainda a isenção do juiz da 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba porque ele atua na mesma vara da vítima do grampo, embora seja praticamente impossível substituí-lo, uma vez que todos os magistrados da Justiça Federal são colegas de Moro.

Dalledone negou ainda que o seu cliente tenha mandando matar o também advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto. "Foi ele quem ameaçou o meu cliente". Já Basto afirmou que tem provas de um plano para matá-lo, arquitetado por Bertholdo. Ele não confirmou se o seu cliente, Tony Garcia, fez acordo de delação premiada.

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Por sua vez, o político também negou qualquer tipo de acordo com a Justiça, mas afirmou que foi prejudicado pelos seus ex-advogados Roberto Bertholdo e Sérgio Renato Costa Filho. "Eu quero que ele prove o que está falando", disse Garcia.